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Crítica
Filme dialoga com a tradição e a atualidade
PAULO SANTOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
É inegável o valor do cinema
novo, momento áureo da cinematografia brasileira. É dele
que temos o nosso maior filme,
"Terra em Transe", de Glauber
Rocha, um dos dois gênios de
nossa história (o outro é Rogério Sganzerla, claro). Mas o culto que se criou em torno do cinema novo parece menos situá-lo e analisá-lo em suas
complexidades e mais fazer dele um selo, quase um adjetivo.
Entre bons e péssimos diálogos com essa tradição, houve
grandes injustiças, como a de
pôr em segundo plano o cinema
marginal e seus estetas, Sganzerla, Ozualdo Candeias, Andrea Tonacci etc. Ou, recentemente, alvejar obras que passaram ao largo do movimento, como "Cidade de Deus".
"Cinema, Aspirinas e Urubus" (Canal Brasil, 22h) merece toda atenção, no diálogo
bem sucedido que faz tanto
com a tradição dos anos 60 como com seu tempo, o século 21
-visto na fotografia de luz estourada meio "Vidas Secas"
com câmera e fluidez avizinhadas ao contemporâneo Pablo
Trapero, por exemplo.
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