São Paulo, Quarta-feira, 02 de Fevereiro de 2000


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Acordo prevê vigilância antivandalismo

da Sucursal do Rio

Enquanto não se descobre uma solução para o problema de deterioração dos profetas feitos em pedra-sabão por Aleijadinho, algumas medidas estão sendo tomadas para ao menos melhorar a segurança da área onde estão as esculturas.
O largo onde ficam a igreja e as seis capelas representando os passos da Paixão de Cristo, em Congonhas do Campo, Minas Gerais, tem iluminação precária.
O esquema de segurança se resume a apenas dois guardas que se revezam -um durante o dia e o outro à noite.
As capelas, onde estão expostas 64 esculturas em madeira -feitas pelo mestre do barroco mineiro Antônio "Aleijadinho" Francisco Lisboa, no século 18- contando a história da paixão de Cristo, são protegidas por frágeis portas de madeira. Não há qualquer sistema de alarme.

Convênio
Um convênio assinado semana passada entre a Prefeitura, a Fundação CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) e o Iepha (Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico) vai tentar melhorar um pouco a situação.
Por intermédio do convênio, a Fundação CSN vai investir R$ 300 mil na instalação de seis câmeras de vídeo que irão monitorar o adro da igreja, onde ficam os profetas.
Além disso, as capelas ganharão sensores de impacto nas portas -ou seja, caso haja alguma tentativa de arrombamento, alarmes dispararão.
Também serão instalados alarmes contra incêndio.
Uma nova iluminação para toda a área também está prevista, assim como a execução de um projeto paisagístico elaborado por Burle Marx há 30 anos e nunca realizado.

Macroorganismos
"Já que não sabemos como lidar com os microorganismos que atingem as esculturas, vamos pelo menos dificultar o "trabalho" dos macroorganismos", diz Juliana Corrêa, coordenadora do Projeto Aleijadinho.
Por "macroorganismos", explica Corrêa, entenda-se a ação dos vândalos que insistem em deixar sua marca nas obras barrocas. "As câmeras, luzes e alarmes vão inibir um pouco os vândalos", diz.
A intenção inicial da Fundação CSN era tentar recuperar as estátuas, mas as dificuldades técnicas e as divergências sobre o que fazer levaram a instituição a mudar seus planos e a optar pela implantação de um projeto de segurança e iluminação até que uma decisão seja tomada. (CG)


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