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Caixa tem obra completa e inéditos
CLAUDIA ASSEF
DE PARIS
Com "Gainsbourg Forever",
caixa comemorativa que reúne os
16 discos de estúdio de Serge
Gainsbourg, além de dois CDs
inéditos, a obra do cantor volta a
ocupar lugar de destaque nas lojas
de disco francesas.
O "coffret Gainsbourg" ("estojo
Gainsbourg"), cuja edição será limitada em 3.200 unidades, virou
objeto de desejo. E não é à toa. É a
primeira vez que a obra completa
de Gainsbourg sai na França de
uma só vez. Em breve, os discos
estarão à venda separadamente.
Idealizada pelo ex-assessor de
imprensa de Gainsbourg, Jean-Yves Billet, a caixa vem acompanhada de um livreto de 85 páginas
que traz, em texto e fotos inéditas,
a história do cantor que adorava
as mulheres. Nos dois CDs inéditos, há gravações ao vivo, versões
de estúdio que nunca saíram da
gaveta, além de jingles.
Jean-Yves Billet recuperou na
gravadora Vivendi-Universal a
primeira gravação de Gainsbourg, um LP prensado em acetato, em 1958, com cinco músicas,
entre elas, "Le Poinçonneur des
Lilas", que acabou se tornando o
primeiro sucesso do cantor.
A gravação, que registrou pela
primeira vez seu talento, agradou
aos executivos da Philips, apesar
dos palavrões em algumas letras.
A partir dali, Lucien Ginzburg
virava Serge Gainsbourg, o pianista que queria seduzir mulheres
bonitas com sua arte.
Suas letras, desde os primeiros
discos, deixavam os senhores da
companhia de discos com um
certo nó na garganta. Em "Nš 2",
de 1959, Gainsbourg já começava
a cantar o amor pelas lolitas ("Jeune Femmes et Vieux Messieurs"),
característica que explodiria no
cultuado "Histoire de Melody
Nelson", de 1971, citado por gente
como Madonna e Beck como disco inspirador de suas carreiras.
Em seu quarto disco ("Nš 4"),
Gainsbourg começava a mostrar
sua faceta de bad boy. Cantou o
amor ao cigarro, a Baudelaire e ao
álcool sobre melodias ingênuas
de twist. Ganhou o codinome de
"romântico moderno".
Em 1964, com "Gainsbourg Percussions", o francês começou um
namoro com a percussão africana
e chegou a compor uma marchinha de Carnaval ("Les Sambassadeurs") com um trocadilho impagável mesclando as palavras
"sambista" e "embaixadores".
Misturando vida particular e arte, Gainsbourg lança em 69 "Jane
et Serge", com sua nova musa, a
modelo e atriz Jane Birkin. A dupla escandaliza meio mundo com
"Je T'Aime Moi Non Plus".
Em 1971, com Jane na capa,
Gainsbourg lança seu primeiro
disco conceitual, "L'Histoire de
Melody Nelson", um fracasso de
vendas na época que acabou se
tornando disco de referência para
a música pop dos anos 90.
Nos últimos discos, se transforma no personagem rabugento e
midiático Gainsbarre. Habilidoso
com as câmeras, Gainsbarre não
chegava aos pés da excelência de
Gainsbourg no estúdio.
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