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MUNDO GOURMET
Central das Artes mistura tudo em ambiente anos 50
JOSIMAR MELO
COLUNISTA DA FOLHA
Quando um restaurante se
propõe misturar culinária
com mostras culturais e artes
plásticas, como faz o Central das
Artes, é natural que não se espere muito em termos de gastronomia. Museus têm restaurantes, restaurantes têm paredes
em que se podem pendurar quadros, como museus. Mas cada
um deles tem um escopo principal, que determina seu caráter.
No caso do Central das Artes,
em Perdizes, a idéia é misturar
as coisas mesmo. Ele fica numa
casa que foi a residência de um
dos proprietários, Roberto Karman, 41 anos, músico e arquiteto que resolveu reformar o lugar
para preservá-lo (a casa, com 55
anos de idade, tem uma ambientação dos anos 50).
No início, o imóvel foi ocupado com aluguel para festas. Nestas, muitas vezes eram servidas
crepes preparadas pelo francês
Pierre Leca, 36, há 15 anos no
Brasil. Também ligado às artes
plásticas (e, quando na Europa,
à produção de shows musicais),
ele tornou-se especialista em
crepes depois de radicado no
Brasil. Já teve cinco restaurantes
com essa especialidade.
O contato dos dois resultou na
abertura do restaurante em
maio do ano passado, com a dupla intenção de utilizar o espaço
também para outras manifestações artísticas, como vernissages
de artes plásticas cujas obras ficam depois em exposição.
Se a comida não pode ter grandes pretensões neste espaço dividido, ela ao menos é barata e
se beneficia do entorno curioso
(além da decoração, a vista, que
atinge a avenida Paulista). O cardápio tem sanduíches, saladas
(como a de rúcula, endívias, salmão defumado e gorgonzola),
quiches (como a loraine ou a de
aspargos e gorgonzola) e grelhados. Mas a especialidade são as
crepes, doces ou salgadas, com
nomes de artistas, como Godard
(shiitake, presunto, mozzarella e
molho bechamel), Buñuel
(mozzarella, parmesão, nozes e
manjericão) ou, entre as doces, a
Gaudi (creme de avelã, maçã e
canela com sorvete de creme e
chantilly).
Cotação: $ Avaliação: regular
Restaurante: Central das Artes
Endereço: rua Apinagés, 1.081,
Perdizes, tel. 0/xx/11/3865-4165
Horário: de seg. a sáb., das 12h à
1h
Ambiente: ambientação anos 50
Serviço: regular
Cozinha: rápida, sem pretensão
Quanto: entradas, de R$ 3,50 a R$
13,50; pratos principais, de R$ 6 a
R$ 13; sobremesas, de R$ 1,20 a R$
8
$ (até R$ 22); $$ (de R$ 22,01 a R$ 42);
$$$ (de R$ 42,01 a R$ 62); $$$$ (acima
de R$ 62). Avaliação: excelente ;
ótimo ; bom ; regular (sem estrela); ruim
CONCURSO
Cozinha de hospital é estimulada
Se a internação hospitalar costuma ser acompanhada de um
martírio adicional, a comida
servida às refeições, mas a esperança é a última que morre,
a Nestlé criou um evento para
incentivar a melhoria da cozinha dos hospitais. Trata-se do
concurso Nestlé Hospital Gourmet, que, segundo o diretor da
empresa, Bruno Stierli, visa estimular o desenvolvimento dos cozinheiros e nutricionistas da área, cujas refeições poderiam ser
equiparadas às de restaurantes de hotéis. Haverá três etapas seletivas ao longo do ano (São Paulo, Recife e Florianópolis) antes da
final em 2002. Das seletivas, participarão seis equipes de três profissionais (cada uma com nutricionista, cozinheiro e ajudante de
cozinha), que prepararão um cardápio composto por uma entrada fria, um prato principal com peito de frango, um molho, duas
guarnições e uma sobremesa. Informações para as inscrições podem ser obtidas pelo telefone 0800-117646.
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