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Crítica
Diante de "Labirinto", refúgio é "Psicose"
CRÍTICO DA FOLHA
Sim, estou sabendo, "O Labirinto do Fauno" passa no
HBO, às 19h45, com essa estranha mistura entre terror e política tão cara ao cinema espanhol, acrescida desse colorido
agressivo e dos efeitos um tanto singelos -também típicos.
Confesso que a maior parte
dessas qualidades me leva a ter
saudade dos filmes de Víctor
Erice (estes não existem em vídeo nem passam na TV) ou Almodóvar. Mas, enfim, o filme
está aí, ganhou prêmios etc.
Meu refúgio será, ainda uma
vez, "Psicose" (TCM, 23h10),
talvez o mais estranho dos filmes de Hitchcock, já que partido em dois. Começa com um
clima absurdamente sensual e
com a história da secretária
que, para casar, dá um desfalque na firma onde trabalha.
É ao fugir que, por engano, e
por causa da chuva, pegará o
desvio e trombará com o fatal
Bates Motel. Estamos na chave
clássica hitchcockiana: o castigo é sempre muito maior do
que o pecado. A segunda parte
será consagrada ao desvendamento do crime, o que implica
descobrir a identidade do assassino, mas, sobretudo, a complexa teia psíquica envolvida e
que faz de Norman Bates, por
sinal, um dos personagens
mais interessantes do cinema.
Para completar a noite, ao
menos dos insones, há, no mesmo canal, "O Monstro do Ártico" (1h05), filme que, no fundo, Howard Hawks não assumiu, talvez pela modéstia do
orçamento, mas por trás do
qual esteve dia após dia, durante sua realização, em 1951.
(INÁCIO ARAUJO)
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