São Paulo, domingo, 02 de março de 2008

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Crítica

Diante de "Labirinto", refúgio é "Psicose"

CRÍTICO DA FOLHA

Sim, estou sabendo, "O Labirinto do Fauno" passa no HBO, às 19h45, com essa estranha mistura entre terror e política tão cara ao cinema espanhol, acrescida desse colorido agressivo e dos efeitos um tanto singelos -também típicos.
Confesso que a maior parte dessas qualidades me leva a ter saudade dos filmes de Víctor Erice (estes não existem em vídeo nem passam na TV) ou Almodóvar. Mas, enfim, o filme está aí, ganhou prêmios etc.
Meu refúgio será, ainda uma vez, "Psicose" (TCM, 23h10), talvez o mais estranho dos filmes de Hitchcock, já que partido em dois. Começa com um clima absurdamente sensual e com a história da secretária que, para casar, dá um desfalque na firma onde trabalha.
É ao fugir que, por engano, e por causa da chuva, pegará o desvio e trombará com o fatal Bates Motel. Estamos na chave clássica hitchcockiana: o castigo é sempre muito maior do que o pecado. A segunda parte será consagrada ao desvendamento do crime, o que implica descobrir a identidade do assassino, mas, sobretudo, a complexa teia psíquica envolvida e que faz de Norman Bates, por sinal, um dos personagens mais interessantes do cinema.
Para completar a noite, ao menos dos insones, há, no mesmo canal, "O Monstro do Ártico" (1h05), filme que, no fundo, Howard Hawks não assumiu, talvez pela modéstia do orçamento, mas por trás do qual esteve dia após dia, durante sua realização, em 1951.
(INÁCIO ARAUJO)


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