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TELEVISÃO
Crítica
"Vampiros de Almas" continua a amedrontar
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
"Nosso corpo nos pertence."
Essa frase foi, durante o século
passado, uma célebre palavra
de ordem para o movimento feminista.
Ao que os invasores de
"Vampiros de Almas" (TCM,
1h55; 12 anos), o filme de Don
Siegel de 1956, replicariam na
sequência com uma indagação:
"Tem certeza?".
Para a nação dos crentes,
nosso corpo pertence a Deus;
para o Exército, à nação. Bem,
para os alienígenas do filme,
trata-se de tomar nosso planeta a partir da invasão dos corpos e da substituição de nossa
almas por seres desprovidos de
vontade.
Aceitamos universalmente a
tese de que se trata de um filme
da Guerra Fria e de que os seres
sem vontade própria seriam os
comunistas etc. e tal.
OK. Mas então por que tudo
isso continua a incomodar?
Existe algo de misterioso aí,
nessa relação entre o corpo e o
seu ocupante que nos solicita e
mobiliza.
Vamos ser francos: que nos
apavora. O tema vai muito
além, aqui, do anticomunismo,
com certeza.
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