São Paulo, terça-feira, 02 de março de 2010

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TELEVISÃO

Crítica

"Vampiros de Almas" continua a amedrontar

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

"Nosso corpo nos pertence." Essa frase foi, durante o século passado, uma célebre palavra de ordem para o movimento feminista.
Ao que os invasores de "Vampiros de Almas" (TCM, 1h55; 12 anos), o filme de Don Siegel de 1956, replicariam na sequência com uma indagação: "Tem certeza?".
Para a nação dos crentes, nosso corpo pertence a Deus; para o Exército, à nação. Bem, para os alienígenas do filme, trata-se de tomar nosso planeta a partir da invasão dos corpos e da substituição de nossa almas por seres desprovidos de vontade.
Aceitamos universalmente a tese de que se trata de um filme da Guerra Fria e de que os seres sem vontade própria seriam os comunistas etc. e tal.
OK. Mas então por que tudo isso continua a incomodar?
Existe algo de misterioso aí, nessa relação entre o corpo e o seu ocupante que nos solicita e mobiliza.
Vamos ser francos: que nos apavora. O tema vai muito além, aqui, do anticomunismo, com certeza.


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