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São Paulo, quarta-feira, 02 de abril de 2003

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POLÍTICA CULTURAL

Propostas incluem tornar a Casa das Rosas espaço de leitura

Estado quer levar Osesp à televisão

DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

A Sala São Paulo, luxuoso espaço de concertos na estação Júlio Prestes, vai ganhar holofotes da televisão. E a Casa das Rosas, espaço dedicado a exposições na avenida Paulista, será transformada em espaço de leitura.
Os projetos estão na pasta de Cláudia Costin, 47, secretária de Estado da Cultura, e fazem parte do "choque de gestão" sugerido a ela pelo governador Geraldo Alckmin em janeiro deste ano.
"No ano passado, nós gastamos R$ 18 milhões com a Osesp [Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo". Mas os beneficiados são apenas os assinantes, 5.080 no ano passado. Eu não posso gastar 20% do orçamento da secretaria [cerca de R$ 109 milhões, em 2003] para ter um impacto apenas sobre essas pessoas."
Daí entra a televisão, mais especificamente, a TV Cultura. A proposta do governo é gravar os concertos, não só da orquestra, mas também de outras apresentações que aconteçam na Sala.
Outra medida seria correr atrás da captação de patrocínio e doações, já que 95% do corpo regular da Osesp é bancado integralmente pelo Estado. O objetivo é conseguir de 30% a 40% de financiamento do setor privado.
A segunda proposta, relativa à Casa das Rosas, já deve entrar em vigor no próximo dia 23, quando o espaço passará a não mais abrigar exposições de artes.
"Nós temos hoje seis espaços, só na cidade de São Paulo, para a arte contemporânea: a Pinacoteca, o Paço das Artes, o Centro Cultural São Paulo, a Maria Antonia, o Museu de Arte Contemporânea da USP, e não temos nenhum espaço voltado à literatura."
Agora, Costin quer promover no local oficinas literárias, lançamentos de livros e o acesso a uma biblioteca virtual por meio de computadores. "Não é exatamente uma biblioteca. A prefeitura já tem uma boa rede delas", afirma. "A Casas das Rosas tem características arquitetônicas e uma situação histórica única. Fizemos uma pesquisa em 2000 com os usuários e a maioria ia até a Casa para conhecê-la como casa, e, com as exposições, os painéis vedavam a visão disso."
Algumas das exposições que seriam montadas no espaço neste ano serão, de acordo com a secretária, transferidas para os cinco museus citados. "Não havia um programa aprovado pelo Estado", adianta Costin, afirmando que a idéia vinha sendo discutida desde meados de janeiro, com a saída do ex-diretor José Roberto Aguilar.
Algumas ONGs têm se manifestado contrárias às medidas da nova secretária, que promoveu cortes de verbas em projetos como o Arquimedes. "Estamos olhando para cada projeto para analisar o impacto que ele gera e se ele é dimensionado da melhor maneira. Você tinha projetos de butiques, que só atingiam grupinhos de 60, 80 crianças", diz Costin.


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