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POLÍTICA CULTURAL
Propostas incluem tornar a Casa das Rosas espaço de leitura
Estado quer levar Osesp à televisão
DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
A Sala São Paulo, luxuoso espaço de concertos na estação Júlio
Prestes, vai ganhar holofotes da
televisão. E a Casa das Rosas, espaço dedicado a exposições na
avenida Paulista, será transformada em espaço de leitura.
Os projetos estão na pasta de
Cláudia Costin, 47, secretária de
Estado da Cultura, e fazem parte
do "choque de gestão" sugerido a
ela pelo governador Geraldo
Alckmin em janeiro deste ano.
"No ano passado, nós gastamos
R$ 18 milhões com a Osesp [Orquestra Sinfônica do Estado de
São Paulo". Mas os beneficiados
são apenas os assinantes, 5.080 no
ano passado. Eu não posso gastar
20% do orçamento da secretaria
[cerca de R$ 109 milhões, em
2003] para ter um impacto apenas
sobre essas pessoas."
Daí entra a televisão, mais especificamente, a TV Cultura. A proposta do governo é gravar os concertos, não só da orquestra, mas
também de outras apresentações
que aconteçam na Sala.
Outra medida seria correr atrás
da captação de patrocínio e doações, já que 95% do corpo regular
da Osesp é bancado integralmente pelo Estado. O objetivo é conseguir de 30% a 40% de financiamento do setor privado.
A segunda proposta, relativa à
Casa das Rosas, já deve entrar em
vigor no próximo dia 23, quando
o espaço passará a não mais abrigar exposições de artes.
"Nós temos hoje seis espaços, só
na cidade de São Paulo, para a arte
contemporânea: a Pinacoteca, o
Paço das Artes, o Centro Cultural
São Paulo, a Maria Antonia, o
Museu de Arte Contemporânea
da USP, e não temos nenhum espaço voltado à literatura."
Agora, Costin quer promover
no local oficinas literárias, lançamentos de livros e o acesso a uma
biblioteca virtual por meio de
computadores. "Não é exatamente uma biblioteca. A prefeitura já
tem uma boa rede delas", afirma.
"A Casas das Rosas tem características arquitetônicas e uma situação histórica única. Fizemos
uma pesquisa em 2000 com os
usuários e a maioria ia até a Casa
para conhecê-la como casa, e,
com as exposições, os painéis vedavam a visão disso."
Algumas das exposições que seriam montadas no espaço neste
ano serão, de acordo com a secretária, transferidas para os cinco
museus citados. "Não havia um
programa aprovado pelo Estado",
adianta Costin, afirmando que a
idéia vinha sendo discutida desde
meados de janeiro, com a saída do
ex-diretor José Roberto Aguilar.
Algumas ONGs têm se manifestado contrárias às medidas da nova secretária, que promoveu cortes de verbas em projetos como o
Arquimedes. "Estamos olhando
para cada projeto para analisar o
impacto que ele gera e se ele é dimensionado da melhor maneira.
Você tinha projetos de butiques,
que só atingiam grupinhos de 60, 80 crianças", diz Costin.
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