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COMIDA
Crítica
Killa inicia onda peruana combinando pratos típicos e soluções modernizadas
JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA
Pronto, começou. A moderna e falada cozinha
peruana, que aqui só
aparecia, discretamente, no
Shimo, estará em breve em três
novos endereços em São Paulo,
como informado pela Ilustrada. O primeiro deles já está em
funcionamento: o Killa.
A casa nasceu do interesse do
administrador hoteleiro brasileiro Georges Hutschinski, 31,
pelo Peru, despertado por uma
pesquisa feita para a rede Sheraton. Daí sua decisão de investir na chamada "cozinha novo-andina". Antes disso, trabalhou
em hotéis pelo mundo, de Nova
York à Cidade do Cabo, onde
teve restaurante em 2003.
No Killa ("lua", no idioma
quechua), ele conta com o jovem chef brasileiro Thiago Kubota, 22, na profissão há seis
anos. Ligado à cozinha japonesa, depois de estudar gastronomia, ele trabalhou, em Lima, na
cozinha do La Mar, cevicheria
do maior expoente da cozinha
novo-andina, Gastón Acurio
(que abre na segunda quinzena
deste mês uma filial em SP).
O Killa mescla pratos típicos
peruanos a soluções modernizadas, com alguns ingredientes
trazidos de lá (o Peru é famoso
por suas batatas, seus milhos,
suas pimentas) e outros adaptados (o ají limo, pimenta fundamental nos ceviches e em outros pratos, é substituído pela
pimenta dedo-de-moça).
O ceviche é muito benfeito
-o clássico tem linguado e camarão, ambos firmes e envolvidos em suave tempero de limão
e cebola-roxa. Também tradicionais, as causas (bolinho de
batata com recheio) têm apresentação moderna e recheios
de camarão e polvo, com molhos de abacate e vinagrete de
framboesa. Há a lula recheada
com tacu-tacu (nessa versão,
mistura de lentilhas e ervilhas)
e servida com salsa criola (espécie de vinagrete) e molho teryaki; frango marinado em cerveja, empanado com quinua e
servido com banana grelhada e
salsa criola; e o lomo saltado, de
influência chinesa (filé salteado com especiarias e legumes
-fazem falta legumes crocantes e tempero mais picante).
Duas sobremesas baseadas
em frutas (miniparfaits e musse de frutas tropicais) têm sabores débeis e desaparecem no
paladar, principalmente se, na
refeição, você pediu, à parte, o
bom molho de ajís para realçar
o poder dos sabores peruanos.
josimar@basilico.com.br
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