|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Crítica
Thriller de Fritz Lang observa mistério humano
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
É uma das mais fortes fantasias femininas: quem é o estranho com quem estou saindo
(ou com quem casei)? Ela surge
do fato de que, em princípio, estamos numa cultura exogâmica
em que a mulher circula. Além
do que, a mulher é quase sempre mais fraca, fisicamente, sujeita a inúmeros tipos de violência. Pior: no fundo, ninguém
conhece ninguém. Todo humano é um mistério.
É em torno disso, em linhas
gerais, que Fritz Lang fez esse
thriller verdadeiramente terrível que é "O Segredo da Porta
Fechada" (TC Cult, 20h10;
não recomendado a menores
de 12 anos). Pois em princípio
existe o impulso, que leva Joan
Bennett aos braços de Michael
Redgrave. Impulso, amor, confiança ou que nome tenha isso,
apresenta-se como uma evidência. Não há o que fazer, exceto entregar-se.
É depois, aos poucos, que
Lang muda o clima e onde havia evidência descem as trevas
do mistério. E essa mudança
poucos sabem fazer direito:
Hitchcock, Lang ou, hoje,
Chabrol.
Texto Anterior: Televisão/Variedades: MTV investe no filão nova-iorquino Próximo Texto: Resumo das novelas Índice
|