São Paulo, Sexta-feira, 02 de Abril de 1999
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REPERCUSSÃO

Walcyr Carrasco, 47, escritor - "Estou consternado, porque não só trabalhava com ele há muitos anos, como ele foi muito importante no meu início de carreira, me estimulou a escrever teatro; não era só um colega, mas alguém que ajudou a me transformar no que sou. Meu primeiro trabalho foi a adaptação de um livro dele."

Fernando Paixão, gerente editorial da editora Ática - "Como escritor e como brasileiro, Marcos Rey teve olhos para uma São Paulo que se tornou metrópole à custa de personagens que sempre batalhavam por um lugar no mundo. Perdendo ou ganhando, jovens ou adultos, formam um retrato da condição humana. Talvez isso explique porque sua literatura se tornou tão popular num país em que predomina o bacharelismo literário. Era um mestre da narração. Como poucos, sabia conduzir a arte dos diálogos. Uma pena!"

Léo Gilson Ribeiro, 70, crítico literário - "Seu melhor livro, na minha opinião, foi "O Enterro da Cafetina". Depois ele criou uma fórmula e não conseguiu mais desenvolver a crônica humorística, ficou um homem de um livro só. Mas é extraordinário que tenha continuado a escrever mesmo com as deficiências da doença."

Lourenço Diaféria, 65, escritor - "Ele era uma das faces mais humanas de São Paulo. Era uma pessoa cordial, generosa e amiga. Não perdemos só um grande escritor, perdemos um companheiro nessa vida de desesperança e sustos. Não estamos só tristes, mas também desgostosos. Mas eu acho que ele morreu no dia certo: às vésperas de comemorarmos a Ressurreição. Eu acho que ele ressuscitou."

Roberto Drummond, 59, escritor - "Ele foi um grande escritor. Receio que só agora o Brasil descobrirá isso. Ele fazia sucesso com uma literatura que tem um certo preconceito no Brasil. Ele era rebelde, escrevia uma literatura pop sem medo... Ele era um escritor de talento e muito digno. É com muita pena que recebo essa notícia."


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