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MÚSICA/LANÇAMENTOS
"RODOX"
Grupo do ex-Raimundos Rodolfo Abrantes volta com álbum homônimo
Banda tenta evitar "síndrome do 2º disco" com "estréia"
SHIN OLIVA SUZUKI
DA REDAÇÃO
Para evitar a famosa "síndrome
do segundo disco" -quando
grupos falham em conservar o sucesso anterior e, por vezes, acabam desaparecendo-, nada melhor do que... gravar um álbum de
estréia propriamente dito.
É assim a "primeira" incursão
do Rodox no estúdio como um
sexteto, em que todos, embora
vendo o ex-Raimundos Rodolfo
como norte, têm voz ativa nas
composições.
"É o primeiro do Rodox como
banda, até por isso o nome que a
gente deu para o álbum foi só "Rodox". É o segundo, mas é o primeiro do grupo. É uma parada meio
estranha, mas fica legal assim
mesmo", diz o cantor que, na entrevista, não é apenas norte, mas
voz ativa dos seis.
O sucessor de "Estreito" -lançado no ano passado e que vendeu pouco mais de 40 mil cópias- foi gerido durante a turnê
feita no ano passado, em que a
banda pôde ganhar entrosamento
e trabalhar seu hardcore de toques eletrônicos para dar início às
sessões de gravação.
Foram apenas 17 dias de estúdio, o que, para Rodolfo, suficientes para evidenciar um "upgrade"
instrumental em relação ao álbum anterior: "O Fernandão
[Fernando Schaefer, baterista, ex-Korzus" tocou no primeiro CD,
mas quem fez as linhas de baixo e
guitarra fui eu. E sou muito limitado como baixista e guitarrista".
Com intuito de reparar essa
"deficiência", entraram o ex-Los
Hermanos Patrick Laplan (baixo), o ex-roadie do Raimundos
Marcus Ardanuy (guitarra) e o
guitarrista Pedro Nogueira. A formação se completa com Bob
(programação), que está desde o
estágio embrionário do grupo.
Assim, Rodolfo tenta dar forma
à sua carreira pós-Raimundos,
ainda que volta e meia seja atormentado por "viúvas" da áurea
fase dos brasilienses. Na internet
há mais de um ano, uma página
anti-Rodox (www.euodeiorodox.hpg.com.br) trata o vocalista como "aquele fdp, [que" depois de ganhar dinheiro em cima
dos Raimundos agora está criticando a banda".
Outros preferem escancarar seu
descontentamento (quase) cara a
cara, aproximando-se do palco
nos shows do Rodox para gritar
um "toca "Puteiro em João Pessoa'". "Um ou outro falava, mas
acabava oprimido pelo resto da
galera e ficava com cara de bobo.
Isso é besteira. É como chamarem
o Jairzinho de traidor porque ele
saiu do Balão Mágico."
Rodolfo também não manifesta
curiosidade pelo que os Raimundos andam fazendo. Nem ao menos conferiu o mais recente "Kavookavala": "Prefiro ouvir a Cassiane [cantora evangélica"".
O tema de sua conversão religiosa, ao contrário do que poderia
se pensar, (ainda) não incomoda
o cantor. "Eu vou quase toda semana à igreja [Sara Nossa Terra",
eles me convidam para dar meu
testemunho, e eu conto a minha
história desde o começo", diz.
Também não há problemas em
conviver com os companheiros
"seculares" do Rodox, que não
abdicam da cerveja. "Todo mundo aqui é bem tranquilo. Mas eu
não sou pai de ninguém, velho. Eu
cuido da minha vida."
Ouça a música "De Costas para o Mar"
em www.folha.com.br/031191
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