São Paulo, domingo, 02 de maio de 2004

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TELEVISÃO

Gilberto Braga afirma à Folha que a malvada Laura não dará uma "banana" ao Brasil, como o vilão de "Vale Tudo"

"Celebridade" terá fim moralista, diz autor

DA REPORTAGEM LOCAL

O que será da malvada Laura Prudente da Costa, a vilã mais falada do país, interpretada por Cláudia Abreu em "Celebridade"?
Após tantas falcatruas, dará uma "banana" ao Brasil, como fez o criminoso Marco Aurélio (Reginaldo Faria) na clássica cena em que foge de avião impunemente, no final de "Vale Tudo" (1988)?
"Banana para o Brasil certamente não", responde à Folha Gilberto Braga, autor das duas novelas das oito da Globo.
"Não ia querer repetir uma coisa que escrevi eu mesmo. Repito quando não há outro jeito, e esse não é o caso", afirma Braga.
Para ele, o cenário brasileiro da época pedia a "banana". "A situação é totalmente outra. Em 1988, [os autores] Aguinaldo [Silva], Leonor [Bassères] e eu queríamos fazer uma denúncia à impunidade. Agora, estou escrevendo com meus co-autores um novelão bastante fantasioso, que deverá ter um final moralista, acredito."
Segundo o autor, o desfecho de "Celebridade" ainda não foi resolvido. A novela das oito tem o último capítulo previsto para junho e será substituída por "Senhora do Destino", de Aguinaldo Silva.

Doce
A primeira novela dessa fase de "ouro" a terminar será a das seis, "Chocolate com Pimenta", na próxima semana (a das sete, "Da Cor do Pecado", acaba em agosto). Focada em comédia e romance quase infantil, a trama tirou a Globo de grave crise no horário.
No mês passado, bateu 40 pontos de média no Ibope e foi sintonizada por mais de 2 milhões de domicílios na Grande SP. São quase 800 mil a mais do que os que assistiram à antecessora, "Agora É que São Elas", em abril de 2003. "Chocolate" apostou na idéia de que o telespectador estava cansado da violência e queria mais "doçura". Acertou.
As cenas de comédia pastelão tiveram efeito de bomba na concorrência dos violentos telejornais da tarde. O "Brasil Urgente", de José Luiz Datena (Band), acabou com o ibope cortado ao meio. Dos 6,6 de média em 2003 -dados do mês de abril-, caiu para 3,2 neste ano. Perdeu a audiência de 164 mil domicílios na região metropolitana. O "Cidade Alerta" (Record) passou de 6,9 para 5,9, uma queda de quase 57 mil casas.
O autor, Walcyr Carrasco, prefere não apostar em teses, mas no argumento normalmente usado pelos escritores: "Deu certo porque houve afinação de texto, elenco e direção. Todo mundo "comprou" a idéia de uma comédia romântica, não realista, com tom de interpretação diferenciado".
A próxima das seis, um "remake" da consagrada "Cabocla" (1979), seguirá a linha "rural". A recriação da novela de Benedito Ruy Barbosa terá briga de coronéis e romance com desencontros. Passará também pela questão da disputa por terras.
(LAURA MATTOS)


Colaborou Marcio Pinheiro, free-lance para a Folha


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