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Última Moda
Alcino Leite Neto - ultima.moda@folha.com.br
Flower power
Kenzo Parfums comemora seus 20 anos; para presidente da empresa, taxas
de importação encarecem produtos no Brasil
Perfumes costumam ter,
atualmente, uma vida curta.
Raros conseguem manter o sucesso que conquistaram na
época do seu lançamento. A ansiedade do mercado por novos
produtos condena boa parte
deles ao esquecimento.
Não é o caso do Flower by
Kenzo. Lançado em 2000, ele
permanece um dos perfumes
mais conhecidos e vendidos do
mundo -6 milhões de vidros,
anualmente. Quem nunca se
deparou com aquele frasco que
parece um pequeno vaso minimalista onde foi depositada
uma esguia flor vermelha, na
verdade a reprodução fotográfica de uma papoula?
O Flower é um dos orgulhos
da Kenzo Parfums, empresa
que está comemorando neste
ano duas décadas de existência.
Foi criada pelo japonês Kenzo
Takada, 69, que virá ao Brasil
em junho.
Em 1993, o estilista vendeu
sua marca para o poderoso grupo de luxo LVMH Moët Hennessy Louis Vuitton. Hoje, a
Kenzo Parfums é presidida por
Odile Lobadowksky e tem direção criativa de Patrick Guedj.
De 1988 a 2007, as vendas
dos perfumes Kenzo passaram
de 2 milhões a 198 milhões.
A linha de fragrâncias é composta de 18 produtos. Em 2007,
o Flower foi responsável por
32% das vendas. O Kenzoamour, por 17%. A empresa também produz a Kenzoki, linha
de 41 produtos de beleza.
"Para o sucesso de um perfume, o mais importante é que,
além de excelente qualidade e
um bom marketing, ele tenha
também uma bela história", diz
Odile Lobadowksky à Folha.
Ela exemplifica com a história do Flower. Tudo começou
com a idéia, bem hippie, de se
fazer um frasco com a forma de
um fuzil e uma flor saindo do
cano da "arma". O design evoluiu para uma flor brotando de
um paralelepípedo, como
aqueles usados pelos estudantes das revoltas de Maio de 68
para atacar a burguesia.
Acabou, porém, vingando
uma proposta mais convencional, com a forma de um vaso.
"Penso que as pessoas percebem a história contida no Flower, com sua flor e a idéia de
uma eclosão poética", afirma.
Segundo Odile, os perfumes
Kenzo fazem sucesso em todos
os principais países do mundo,
fora os EUA. "Lá, a marca não é
muito conhecida", conta. A Argentina e o Brasil são dois dos
mercados mais promissores.
"Apesar das altas taxas de importação no Brasil, que nos
obrigam a vender muito caro os
produtos", reclama Odile.
Para comemorar seus 20
anos, a Kenzo Parfums está
lançando neste mês no Brasil o
Indian Holi, uma edição limitada do Kenzoamour. Em seguida, lançará um perfume com
aroma de almíscar, design hippie e cujo nome é o símbolo do
"paz e amor". É uma evocação
dos remotos anos 70, época em
que ainda havia utopias e Kenzo despontava em Paris como
um dos principais nomes da
história da moda.
com VIVIAN WHITEMAN
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