São Paulo, sexta-feira, 02 de maio de 2008

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Última Moda

Alcino Leite Neto - ultima.moda@folha.com.br

Flower power

Kenzo Parfums comemora seus 20 anos; para presidente da empresa, taxas de importação encarecem produtos no Brasil

Perfumes costumam ter, atualmente, uma vida curta. Raros conseguem manter o sucesso que conquistaram na época do seu lançamento. A ansiedade do mercado por novos produtos condena boa parte deles ao esquecimento.
Não é o caso do Flower by Kenzo. Lançado em 2000, ele permanece um dos perfumes mais conhecidos e vendidos do mundo -6 milhões de vidros, anualmente. Quem nunca se deparou com aquele frasco que parece um pequeno vaso minimalista onde foi depositada uma esguia flor vermelha, na verdade a reprodução fotográfica de uma papoula?
O Flower é um dos orgulhos da Kenzo Parfums, empresa que está comemorando neste ano duas décadas de existência. Foi criada pelo japonês Kenzo Takada, 69, que virá ao Brasil em junho.
Em 1993, o estilista vendeu sua marca para o poderoso grupo de luxo LVMH Moët Hennessy Louis Vuitton. Hoje, a Kenzo Parfums é presidida por Odile Lobadowksky e tem direção criativa de Patrick Guedj.
De 1988 a 2007, as vendas dos perfumes Kenzo passaram de 2 milhões a 198 milhões. A linha de fragrâncias é composta de 18 produtos. Em 2007, o Flower foi responsável por 32% das vendas. O Kenzoamour, por 17%. A empresa também produz a Kenzoki, linha de 41 produtos de beleza.
"Para o sucesso de um perfume, o mais importante é que, além de excelente qualidade e um bom marketing, ele tenha também uma bela história", diz Odile Lobadowksky à Folha.
Ela exemplifica com a história do Flower. Tudo começou com a idéia, bem hippie, de se fazer um frasco com a forma de um fuzil e uma flor saindo do cano da "arma". O design evoluiu para uma flor brotando de um paralelepípedo, como aqueles usados pelos estudantes das revoltas de Maio de 68 para atacar a burguesia.
Acabou, porém, vingando uma proposta mais convencional, com a forma de um vaso. "Penso que as pessoas percebem a história contida no Flower, com sua flor e a idéia de uma eclosão poética", afirma.
Segundo Odile, os perfumes Kenzo fazem sucesso em todos os principais países do mundo, fora os EUA. "Lá, a marca não é muito conhecida", conta. A Argentina e o Brasil são dois dos mercados mais promissores. "Apesar das altas taxas de importação no Brasil, que nos obrigam a vender muito caro os produtos", reclama Odile.
Para comemorar seus 20 anos, a Kenzo Parfums está lançando neste mês no Brasil o Indian Holi, uma edição limitada do Kenzoamour. Em seguida, lançará um perfume com aroma de almíscar, design hippie e cujo nome é o símbolo do "paz e amor". É uma evocação dos remotos anos 70, época em que ainda havia utopias e Kenzo despontava em Paris como um dos principais nomes da história da moda.


com VIVIAN WHITEMAN

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