São Paulo, sábado, 02 de junho de 2001

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"LOS CONJURADOS..."

Literatura do escritor tem forte influência do realismo mágico latino-americano

História paraguaia é tema preferido de Bastos

DA REPORTAGEM LOCAL

Augusto Roa Bastos é o principal escritor paraguaio e um dos mais importantes da literatura latino-americana, tendo recebido, em 1989, o Prêmio Cervantes -o mais célebre da língua espanhola.
Praticamente desconhecido no Brasil, Roa Bastos tem na história de seu país seu tema preferido. Nas páginas de seus romances, o escritor busca retratar as consequências sociais dos governos autoritários que comandaram o Paraguai nos séculos 19 e 20.
Sua principal obra é "Eu, o Supremo", que tem como protagonista um ditador inspirado em José Gaspar de Francia, que governou o Paraguai de 1814 a 1840. Roa Bastos nasceu em Iturbe, interior do país, e começou cedo na prosa e na poesia. Mais tarde, dedicou-se também a roteiros cinematográficos e ensaios políticos.
O escritor participou da guerra do Chaco (1932-1935), como assistente de enfermaria. Mas, em 1947, fugindo do regime autoritário do general Higinio Morínigo, deixou o país com destino à Argentina. Como esta também se viu governada por um sistema autoritário, nos anos 70, Roa Bastos foi viver na Europa, onde lecionou na França e na Espanha.
A literatura de Roa Bastos tem forte influência do realismo mágico latino-americano, que aplica a seus romances históricos.
"Eu, o Supremo" é a terceira parte de uma trilogia iniciada em 1960, com "Hijo de Hombre", e que terminaria nos anos 90 ("El Fiscal").
Voltou ao Paraguai com o fim do governo de Alfredo Stroessner (1954-1989) e o retorno da democracia no país, coincidentemente no mesmo ano em que ganhou o Prêmio Cervantes. Seu livro mais recente lançado no Brasil foi "Contravida".
(SYLVIA COLOMBO)



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