UOL


São Paulo, segunda-feira, 02 de junho de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CRÍTICA

Fúria faz falta ao disco

DA REPORTAGEM LOCAL

Quando o jazzista Wayne Shorter diz que quer mostrar em seu show de 70 anos o futuro do jazz não significa que ele já não esteja engajado nesse projeto estético.
O que é interessante do novo futuro que o saxofonista aponta em "Alegría" é que é um futuro do passado, a projeção do novo que já existia no pretérito. Seu álbum não busca o devir em novos aparatos tecnológicos, em linguagens com brusca ruptura com o que se falava até aqui. Com repertório com bons pés na tradição, seja no anônimo "12th Century Carol", seja na bela releitura de "Bachianas Brasileiras nš 5", de Villa-Lobos, Shorter projeta um caminho doce, amparado pelos suaves arranjos orquestrais do disco.
É talvez, nessa alta taxa de glicose, que "Alegría" não convença 100%. Fica faltando algo que Shorter até tinha em mãos.
Acompanhado de nomes como Danilo Perez, Brad Mehldau ou John Patitucci, o saxofonista poderia ter adicionado algo da fúria que já foi sua, que é desses jovens músicos e da vida de todos nós.
(CASSIANO ELEK MACHADO)

Alegría


   
Artista: Wayne Shorter
Gravadora: Verve/Universal
Quanto: R$ 30, em média



Texto Anterior: Alegria, alegria
Próximo Texto: Mônica Bergamo
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.