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Clássico do vaudeville, "O Marido Vai à Caça!", de Georges
Feydeau, reconduz o grupo Ornitorrinco à cena paulistana
Revisão de "Crime e
Castigo" por Ruy Cortez
também inicia temporada;
Caio Fernando Abreu
ganha roupagem musical
Estréias levam autores famosos aos palcos de SP
GUSTAVO FIORATTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Ao menos no campo da dramaturgia, o cardápio de estréias teatrais da semana faz
apostas seguras, com peças de
autores de porte ou adaptações
para suas obras: "O Marido Vai
à Caça!", do francês Georges
Feydeau, ganha encenação do
grupo Ornitorrinco, com direção de Cacá Rosset; "Lázaro",
de Ruy Cortez, adapta "Crime e
Castigo", de Dostoiévski; e "B,
Encontros com Caio Fernando
Abreu" sela a parceria do diretor Francisco Medeiros com a
dramaturga Lucienne Guedes,
em referência ao universo do
escritor gaúcho.
São também três opções de
gêneros bastante distintos: "O
Marido Vai à Caça!" traz a leveza dos vaudevilles franceses,
assinada por um de seus maiores expoentes: as peças de
Georges Feydeau (1862-1921)
se baseiam na trinca "traição,
desencontros e mal-entendidos". Nesse texto, um homem
mente para sua mulher, dizendo que vai caçar com um amigo.
Ela descobre a farsa e decide
dar o troco na mesma moeda,
deixando-se enamorar por um
galante rapaz.
Os qüiproquós rendem a matéria-prima para o grupo Ornitorrinco, que completou 29
anos em maio e cujo repertório
procura uma estilização própria para comédias com narrativas populares. A peça tem o
mesmo espírito de "Scapino",
encenada pelo grupo em 2001,
também com direção de Rosset, último espetáculo da companhia a que São Paulo assistiu.
Em "Lázaro", uma versão
atualizada do personagem Raskolnikov, o mórbido protagonista de "Crime e Castigo", vai
às profundezas de sua pretensão racionalista para justificar
o assassinato de uma velha e de
sua irmã. Ruy Cortez, à frente
da Cia. de Estudo Teatral, recria o clima de desconforto psicológico e de uma febre que
beira a loucura. É um diretor
com boa mão para interpretações realistas, essenciais para a
construção da tensão psicológica provocada pela história.
Já "B, Encontros com Caio
Fernando Abreu" tem intenções mais experimentais: Lucienne Guedes, que já trabalhou no Teatro da Vertigem como dramaturga e atriz, ao lado
de Francisco Medeiros, concebe um musical para o universo
sarcástico do autor gaúcho, em
que o Núcleo Experimental do
Sesi participa efetivamente da
elaboração de histórias diversas, em processo colaborativo,
ordenado segundo o espaço do
mezanino.
O MARIDO VAI À CAÇA!
Onde:
Tuca Espaço Cênico (r. Monte
Alegre, 1.024, Perdizes, tel. 0/xx/11/3670-8455)
Quando:
sex., às 21h30; sáb., às 21h;
dom., às 19h
Quanto:
R$ 30 (sex. e dom.) e R$ 40
(sáb.)
B, ENCONTROS COM CAIO FERNANDO ABREU
Onde:
Centro Cultural Fiesp (av. Paulista, 1.313, Bela Vista, tel. 0/xx/11/3146-7405)
Quando:
de qui. a sáb., às 20h30; dom.,
às 19h30
Quanto:
entrada franca
LÁZARO
Onde:
teatro Augusta (r. Augusta,
943, Consolação, região central, tel. 0/xx/11/3151-4141).
Quando:
qua. e qui., às 21h
Quanto:
R$ 20
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