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Sucesso traz dólares e exibições na TV
Humoristas têm milhões de acessos na rede, mas nem sempre emissoras pedem autorização para reproduzir
Para ganhar dinheiro no YouTube, é preciso passar por um processo de autorização que pode durar alguns meses
DE SÃO PAULO
Mederijohn Corumbá (não
é nome artístico), Tiago Cadore e Patrícia dos Reis são
três pós-adolescentes de Balneário Camboriú que resolveram fazer vídeos de humor
no seu enorme tempo livre.
Desde 2007 colocaram no
YouTube 85 vídeos com sua
marca, a Galo Frito. Agora
começam a colher os frutos.
"Neste mês, estamos tirando algo em torno de US$
8.000", diz Corumbá. Toda
vez que alguém clica em uma
propaganda veiculada ao lado de um vídeo do Galo Frito,
eles acumulam alguns centavos. "Algumas propagandas
rendem 10 centavos de dólar.
Outras, 30 ou 50 centavos.
Algumas pagam um dólar
por clique", diz o o rapaz.
Para ganhar dinheiro assim não basta produzir um
vídeo original. O YouTube
precisa reconhecer você ou
seu grupo como um fornecedor de conteúdo. "O processo
leva meses, geralmente. Mas
eu tive sorte. Me aprovaram
em um dia", diz Corumbá.
O maior responsável pelo
dinheiro do Galo Frito é uma
paródia do cantor adolescente Justin Bieber, que ganhou
ali a alcunha de Justin Biba.
Foi vista 4 milhões de vezes
em dois meses e dobrou o
acesso aos vídeos do grupo.
O sucesso também rende
chateações. Há alguns dias, o
programa "Legendários", da
Record, colocou no ar um vídeo de 10 segundos do Galo
Frito, mas apagou o logotipo
do grupo. "Vou processar",
estrilou Corumbá.
A Record recuou: "O "Legendários" usa imagens produzidas, ou de arquivo e ainda, em alguns casos, vídeos
disponíveis na internet, como é usual em várias produções. Caso haja algum tipo de
uso indevido, o programa e a
Record estão dispostos a negociar uma solução", afirmou Celso Teixeira, gerente
de comunicação da rede.
REPERCUSSÃO
Fernando Motolese reclama que foi seu vídeo em inglês "Save Galvao Birds",
que brincava com a fama de
papagaio de Galvão Bueno,
que fez o locutor comentar o
assunto ao vivo na Globo (e
dizer que tinha adorado a
brincadeira).
"O "Pânico" reproduziu os
comentários de Galvão, mas
disse que eram uma resposta
à faixa "Cala a boca, Galvão"
que eles levaram a um jogo
da Copa. Estão roubando minha repercussão", reclama
Motolese, cujo vídeo foi comentado até no "New York
Times". Ninguém do programa ou da Rede TV! respondeu à Folha sobre o assunto.
Por fim, Pablo Peixoto e
seu "Dunga em um Dia de
Fúria" (1,2 milhão de exibições) também chegaram lá.
"O vídeo foi exibido na íntegra pela Rede TV!, mas eles
me pediram autorização e
deram créditos. Trechos foram exibidos no "Leitura Dinâmica" (Rede TV!) e no "Fala
que Eu Te Escuto", da Record.
O primeiro com pedido, o segundo não..."
(IVAN FINOTTI)
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