THIAGO NEY
DA REDAÇÃO

Assim, sem pestanejar, dá para dizer que este "The Remote Part" é dos mais belos álbuns rock do ano. É uma pena que a EMI não pretenda investir em Idlewild como o faz com Vines e Coldplay, e, assim, o novo disco da banda de Edimburgo não será encontrado nas lojas brasileiras.
Formado na segunda metade dos anos 90, o quarteto escocês soava, com "Hope Is Important" (98) e "100 Broken Windows" (2000), apenas como uma tentativa pós-grunge malsucedida, uma versão indie inacabada dos Smiths. A coisa muda agora. Culpa, principalmente, de "American English".
Honesto, de gosto meio amargo, este é o segundo single tirado de "The Remot Part". Aqui, o vocalista Roddy Woomble canta sobre mundos invisíveis/não invisíveis, pessoas emocionadas com músicas que não são para elas...
"As boas canções não foram escritas para você/ Elas nunca serão sobre você." Não sou eu, é ele quem está dizendo isso...
A primeira, "You Held the World in Your Arms", é mais REM fase "Green" do que Michael Stipe jamais sonhou. "Como é a sensação de estar três anos mais velho e assistir sua juventude desaparecer?"
Gravado nas vastas Highlands, as "Terras Altas" no norte escocês, "The Remote Part" é tudo, menos esparso. Não é um disco conceitual, mas fica complicado separar ou desarranjar alguma das músicas ali, seja "Stay the Same" e suas guitarras anos 80, seja o anticlímax "In Remote Part/ Scottish Fiction", faixa que encerra o disco. É uma balada intermeada por um poema de Edwin Morgan, escritor de Glasgow (nada a ver com Marisa Monte e Arnaldo Antunes). Um manifesto sobre ser escocês.

The Remote Part     
Artista: Idlewild
Lançamento: EMI/importado
Quanto: R$ 60, em média
Onde encontrar/ encomendar: Bizarre (tel. 0/xx/11/3331-7933); London Calling (0/xx/11/223-5300)