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Enciclopédia abrange diferentes significados
DA REDAÇÃO
O historiador Fernand Braudel
certa vez disse que as drogas eram
o "grande ausente da história".
Na tentativa de mapear essa grande lacuna, ainda hoje aberta, chega simultaneamente às livrarias a
"Pequena Enciclopédia da História das Drogas e Bebidas", também de Henrique Carneiro.
O livro define droga como tudo
o que se ingere e que não é alimento -ainda que alguns alimentos sejam designados como
drogas (bebidas alcóolicas, especiarias, açúcar, chá, café, chocolate e outros)- e apresenta o estudo do tema como componente essencial para a elaboração de uma
história da mente humana.
Num abrangente prefácio, que
tenta dar conta dos diversos significados que a droga teve ao longo
da história, ele diz: "Drogas psicoativas podem agir como remédios ou venenos, alimentos ou bebidas, analgésicos ou anestésicos,
eutanásicos ou instrumentos para
sonhar, divindades ou demônios,
seus usos abrangem o nascimento
e a morte, o prazer e a dor, o desejo e a necessidade, o vício e o hábito". E, ainda, "podem despertar a
vigília ou adormecer e acalmar o
ânimo. Abrem o apetite ou tiram
a fome. São atiçadoras da sexualidade ou anuladoras da excitação.
Seus usos múltiplos alimentam e
espelham a alma humana".
Em cada verbete, o livro encerra
não só uma descrição de cada
droga, mas busca contextualizar
seu uso na rede política e econômica em que o uso foi detectado.
Os verbetes estão divididos nas
seguintes categorias: "fermentados alcoólicos", "destilados alcóolicos", "fumos e resinas", "bebidas e mastigatórios excitantes",
"alucinógenos vegetais" e "outras
substâncias".
Rico não só em dados como
também em curiosidades, ficamos sabendo, por exemplo, que a
soma, droga sobre a qual girava a
sociedade imaginária do futuro
criada por Aldous Huxley no clássico "Admirável Mundo Novo"
(1932), apesar de não ser descrita
com precisão, realmente existe e
já havia sido identificada na tradição religiosa hindu e persa. Ou,
ainda, que o soju, destilado coreano a partir de cereais, que teve origem na China, no século 13, é um
dos destilados mais consumidos
no mundo.
Além desses títulos, Carneiro é
autor de "Afrodisíacos e Alucinógenos na Botânica e na Farmácia"
e "As Drogas no Mundo Moderno" (editora Xamã), entre outros.
Pequena Enciclopédia da História das Drogas e Bebidas
Autor: Henrique Carneiro
Editora: Campus/Elsevier
Quanto: R$ 42 (216 págs.)
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