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MÚSICA
Sesc recupera teatro no centro do Rio; show de estréia tem Paulinho da Viola e Velha Guarda da Portela, entre outros
Ginástico reabre com samba e bossa nova
LUIZ FERNANDO VIANNA
DA SUCURSAL DO RIO
Depois de dois anos e meio em
obras, reabre hoje à noite um dos
teatros mais tradicionais do Rio.
O Ginástico, agora chamado Sesc
Ginástico, ressurge aos 67 anos
com cara nova e uma programação que reúne nomes importantes
da música e do teatro.
Fechada para convidados, a festa de reabertura é musical. A partir das 19h30, sobem ao palco Tira
Poeira, Paulo Moura, Época de
Ouro, Paulinho da Viola, Velha
Guarda da Portela, Teresa Cristina, Roberto Menescal, Wanda Sá,
Cris Delanno e Simone.
Ao priorizar o choro, o samba e
a bossa nova -e exibir fotos do
Cristo Redentor e desenhos de J.
Carlos -o objetivo é dar, já na
primeira noite, um clima bem carioca ao teatro revigorado.
"O Sesc não tinha um equipamento cultural no centro da cidade, por onde passa boa parte da
nossa clientela, que é de trabalhadores do comércio. Ao recuperar
um teatro tão tradicional, ainda
ajudamos a revitalizar esse centro", diz Dionino Colaneri, diretor regional do Sesc-RJ.
Mas alguns dos destaques da
programação que está sendo
montada não têm sotaque carioca. Em setembro, por exemplo,
acontecerá o Festival de Antunes
Rio de Janeiro, com a apresentação dos espetáculos "Antígona" e
"Foi Carmen Miranda", de Antunes Filho. "O intercâmbio com o
Sesc de São Paulo é natural e estará mais favorecido com o novo
teatro", diz Colaneri.
No próximo dia 18, estréia a primeira peça que fará temporada
regular no novo Ginástico.
"OFF", com Nathalia Timberg, é
um texto de Manoel Carlos, paulista radicado no Rio e escritor dedicado quase exclusivamente às
telenovelas. "Nossa idéia é ter peças e musicais de quinta a domingo, e outros espetáculos, como
shows e balés, de segunda a quarta", anuncia Colaneri.
Nas duas próximas terças-feiras, a música ocupará o palco. No
dia 9, a harpista Cristina Braga tocará dentro do projeto Rio International Cello Encounter, e no dia
16 será a vez de o saxofonista
Mauro Senise e o vibrafonista Jota
Moraes apresentarem o repertório do CD "Tempo Caboclo".
Encenações históricas
Além de ganhar 514 poltronas
novas, o Ginástico passou por
uma série de reformas estruturais:
o palco foi rebaixado para melhorar a visão da platéia; passou a ter
"quarteladas" (buracos no piso),
permitindo a atores entrarem em
cena por baixo, não só pelas coxias; e ganhou luzes de ribalta e
novos refletores.
"Quando arrendamos o Ginástico, pensávamos em uma reforma mais singela, mas, como é um
teatro que fica dentro de um prédio antigo, o trabalho foi maior",
diz Colaneri. O Sesc afirma ter investido R$ 3 milhões na reforma.
O prédio antigo é do Clube Ginástico Português, cuja escola de
formação de atores foi criada em
1877. Em 1938 surgiu o teatro, que
abrigou encenações famosas como a do monólogo "As Mãos de
Eurídice", de Pedro Bloch, com
Rodolfo Mayer, e a de "Mirandolina", de Carlo Goldoni, com Fernanda Montenegro.
Também passaram pelo palco
da avenida Graça Aranha musicais como "Ópera do Malandro",
de Chico Buarque, e "Somos Irmãs", sobre a vida das irmãs Linda e Dircinha Batista.
A reforma não apagou todos os
sinais da longa história do Ginástico. O quadro de luz com que o
teatro abriu no final dos anos 30
está exposto em uma vitrine.
Também foram preservados vitrais tradicionais.
Reabertura do teatro Ginástico
Quando: hoje, às 19h30 (somente para
convidados)
Onde: av. Graça Aranha, 187, centro, RJ,
tel. 0/xx/21/2220-8394
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