São Paulo, domingo, 02 de agosto de 2009

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BIA ABRAMO

Eterno "talk show"


Formato batido, mas permanente na TV, acerta quando tem um apresentador vivaz


APESAR de o formato "talk show" já ter sido explorado de todas as maneiras, sua permanência na programação de várias emissoras sugere que esta conversa em público é cara aos telespectadores. É compreensível: com tom menos codificado que do telejornalismo, os "talk shows" conseguem apresentar informação e trazer a discussão de assuntos quentes e sérios de um jeito mais "lá em casa". O risco, claro, é sempre o de subordinar a informação aos artifícios do entretenimento e do opinionismo gratuito, com consequente superficialidade e ligeireza, mas parece haver algo nessa informação, digamos, personalizada, mais informal, que pode ter um alcance às vezes maior do que aquele conseguido pelos formatos mais tradicionais.
É claro que essa eficiência depende muito da vivacidade do apresentador e do acerto dos assuntos e dos convidados. Nesse sentido, reestreou bem "Happy Hour", que voltou a ser comandado por Astrid Fontenelle desde a última segunda-feira.
Astrid tem uma trajetória curiosa, com origem nas emissoras alternativas e jovens (o "TV Mix", da Gazeta, nos anos 80, e longa permanência na MTV), seguida de uma larga experiência em programas de caráter mais popular.
É mais do que suficiente para que sua capacidade comunicativa abranja um espectro amplo, o que certamente faz sentido em um programa desse tipo. Da mesma maneira, a combinação de temas mais duros, como o trânsito nas cidades grandes e a gripe suína, com abordagens mais leves, aparentadas da autoajuda (superação, dieta etc.), combina com o formato.
Um ajuste a se considerar é a quantidade de quadros e de intervenções de espectadores ao longo do programa. Pode até servir para agilizar uma pauta menos acertada ou quando os convidados não rendem tanto quanto o esperado, mas também pode produzir uma conversa interrompida demais.

 

No programa de estreia, um dos convidados a falar sobre superação foi o ator Felipe Camargo. "Som & Fúria" havia terminado alguns dias antes, e Astrid não conteve seu entusiasmo ao comentar a série. É justo: o programa foi, de longe, o melhor que a Rede Globo fez neste ano.
Pena que, mais uma vez, uma minissérie seja tão breve e tenha ficado escondida no período de férias e naquele horário "depois de tudo", que exige um enorme esforço do espectador para acompanhá-la.
Já se fala em uma segunda temporada, mas, antes disso, uma reprise em horário mais palatável, sem ser em período de férias, deveria ser seriamente considerada.

biabramo.tv@uol.com.br


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