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Festival Dulôco 99 traz shows de Grandmaster Flash, De La Soul e Afrika Bambaataa, além de workshops e palestras de break, grafite e rap
SP disseca os 3 elementos do Hip Hop
MARCELO NEGROMONTE
da Redação
Você nunca viu nada igual. O
maior evento de hip hop que o
Brasil já testemunhou durará três
dias, a partir de sexta-feira, em
São Paulo, a preços módicos, com
atrações que abrangem os três
elementos do gênero nascido e
criado nas ruas: break, grafite e
rap. Tudo direcionado a eles, os
seguidores da cultura hip hop.
O Dulôco 99, festival promovido pelos projetos Gorilla Groove e
Vagalume, vai trazer shows de
nomes da dimensão de Afrika
Bambaataa & Soul Sonic Force,
Grandmaster Flash, De La Soul,
Jungle Brothers, Common e DJ
Spooky. E os brasileiros Thaíde &
DJ Hum, Black Alien, Nitro, Consequência, Záfrica Brasil, Posse
Mente Zulu e Xis e Dentinho.
Ainda há mais: os Sesc Belenzinho e Itaquera (locais escolhidos
pela localização central e leste da
cidade, respectivamente, onde o
hip hop possui bom público)
inauguram a primeira versão brasileira do concurso de break "Battle of The Year", cujo grupo vencedor irá disputar a final em 17 de
setembro, na Alemanha.
A "dança quebrada" é o elemento corporal do hip hop, cujos
movimentos começaram a ser
executados no final dos 70 em
Nova York, como disputa amigável entre gangues rivais. Até Michael Jackson já fez uso -a seu
modo- do break, principalmente no começo dos 80. Mal comparando, é o samba (a dança) norte-americano: nasceu nos guetos,
com negros e foi, como consequência, marginalizada.
O elemento visual, plástico, fica
com a responsabilidade de Os Gêmeos, dupla paulistana de grafiteiros, e Speto, que farão demonstrações e explanações da arte do
grafite (não confunda com pixação, poluente, suja) no Sesc Itaquera (leia quadro nesta página).
O rapper KL Jay, dos Racionais
MC's, fará um workshop de DJ no
dia 7, no Sesc Belenzinho, demonstrando técnicas e os princípios básicos de controlar as pick-ups. Uma batalha de MCs (mestres-de-cerimônia) acontece no
dia 8, também no Sesc Belenzinho, mediado pelo rapper Primo
Preto (apresentador do "Yo", da
MTV). Dois participantes empunham o microfone improvisando
(não é permitido "rapear" músicas conhecidas ou decoradas), como os repentistas nordestinos
(freestylers por definição), enquanto um DJ executa a base sonora. Completa-se, assim, o último elemento hip hop: o rap.
O Dulôco 99 ainda teria o histórico rapper Kool Keith, do Ultramagnetic MC's, mas sua vinda foi
cancelada devido a compromissos do norte-americano com o
lançamento do seu próximo álbum, "Black Elvis", dia 10 próximo. "Mas estamos vendo a possibilidade de ele vir até o final do
ano para um show solo", diz Rodrigo Brandão, ex-VJ da MTV,
que, com Alex Ceccin, integra o
projeto Gorilla Groove.
Não é um evento para bem-nascidos, cujo interesse por rap se
restringe ao fato de ele estar no topo das paradas, mas para a periferia, os b-boys, os "manos".
Exemplo: Na sexta e no sábado,
um DJ ficará discotecando -e
entretendo o público- após o último show desses dias até as 4h
-próximo do horário de abertura do metrô e do ônibus, transportes da maioria do público.
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