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Evento presta tributo a Vittorio Gassman, morto há dez anos
DA ENVIADA A VENEZA
Ontem seria aniversário de
Vittorio Gassman. Se estivesse vivo, o ator e diretor italiano estaria completando 88
anos. A essa data se juntou a
de dez anos de sua morte.
E foi assim, com as efemérides a modular a emoção,
que Veneza prestou seu tributo ao artista que desfilou
várias de suas faces pelas telas do festival.
O programa especial foi
aberto na noite de anteontem
com a exibição, na arena do
Campo São Paulo, com a tela
rodeada pelas janelas de Veneza, da cópia restaurada do
impecável "Perfume de Mulher" (1974), de Dino Risi.
Ontem, houve a premiere
de "Vittorio Racconta Gassman, una Vita de Mattatore",
documentário feito por Giancarlo Scarchilli com a colaboração de Alessandro Gassman, filho do ator.
O filme repassa a vida desse gênio da cena por meio de
trechos de filmes, peças e depoimentos. Há, ainda, imagens de família.
Seguir os passos de Gassman é seguir, também, os de
Dino de Laurentis, Mario Monicelli, Francesco Rossi, Ettore Scola. É voltar a um tempo
no qual, como diz Scola, o cinema italiano era um cinema
de amigos, de pessoas que se
frequentavam e "não tinham
ciúme do filme do outro".
Gassman, como a própria
tradição italiana, nos chega
pelo humor: "Os atores fazem teatro para não ter de
acordar cedo". Mas também
pela melancolia.
É tocante ouvi-lo dizer que
o ofício que tanta alegria deu
aos espectadores o fez deprimido. "Fui ator por desejo da
minha mãe e isso me impôs
uma mudança de caráter. Paguei um preço. Mas valeu a
pena."
(APS)
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