São Paulo, sexta-feira, 02 de setembro de 2011

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CRÍTICA COMÉDIA

Variedade de registros prejudica relato sobre a solidão urbana

ALEXANDRE AGABITI FERNANDEZ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O primeiro longa do argentino Gustavo Taretto fala da paradoxal solidão que reina nas grandes cidades, amplificada pelas modalidades de relação social definidas pelas tecnologias de comunicação.
Em uma Buenos Aires saturada de gente e de prédios, seguimos a trajetória de dois inadaptados, Martín (Javier Drolas) e Mariana (Pilar López de Ayala). Os dois estão na casa dos 30, são vizinhos, mas não se conhecem.
Javier faz sites e está vencendo a agorafobia, mas ainda é difícil sair de casa. Mariana é arquiteta, mas vive deprimida, pois faz vitrines. Foi abandonada pelo namorado e tem fobia de elevadores.
A narrativa começa bem, com a ideia de que a arquitetura urbana reflete as desordens internas das pessoas. Com belos planos fixos, Taretto figura o caos e o isolamento no meio da multidão.
Mas o filme acaba se perdendo em seus múltiplos registros, oscilando entre a crônica de costumes, a comédia romântica sarcástica e o discurso analítico feito pela voz narradora.
Inscrito na escolha de seguir dois personagens próximos e distantes, o desfecho é previsível e nada acrescenta à neurose coletiva que o filme descreve.

MEDIANERAS
DIREÇÃO Gustavo Taretto
PRODUÇÃO Argentina, 2011
COM Javier Drolas e Pilar de Ayala
ONDE Frei Caneca Unibanco, Reserva Cultural e circuito
CLASSIFICAÇÃO 12 anos
AVALIAÇÃO regular


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