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MÚSICA
Nonsense e divertida, banda pexbaA lança segundo disco
DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
pexbaA : o verbete não consta
no dicionário. Ainda que não
fale a língua dos homens, das gravadoras ou das estações de rádio,
a banda mineira formada em 1998
continua por aí. Participou da
abrangente compilação "Rumos
Itaú Cultural" (2001), venceu o
prêmio Sergio Motta de Arte e
Tecnologia naquele mesmo ano,
foi escalada para se apresentar no
festival South by Southwest, nos
EUA, em 2002, e lança agora seu
segundo álbum pelo selo independente paulista Amplitude.
Sem nome ou fácil classificação
dentro de um determinado gênero musical, o disco segue a linha
experimental do primeiro, de 99,
com letras sem sentido nenhum e
composições caóticas repletas de
barulhinhos esquisitos.
Algo que não tira o brilho e a inventividade do quarteto. Na verdade, insistem, este é seu trabalho
"mais pop" até o momento.
"A maioria das músicas usa instrumentos comuns, baixo, bateria
e guitarra", afirma Rossano Vittório, 33, vocalista e trompetista.
"Às vezes tem um piano, um bagre, um brejo ou um passarinho",
acrescenta, sem pestanejar.
Justiça seja feita, apesar de faixas ultraexperimentais como "Sólido", "Peudo" e a divertida "Birlium Barlium Bleum", muitas
músicas seguem uma estrutura,
até certo ponto, mais "tradicional" -e ponha aspas aí. É o caso
de "Vlu", "Nognic" e "Poscoce",
em que, bobeando, é possível até
bater o pezinho e balançar a cabeça como num legítimo rock'n'roll.
Mas esqueça os nomes. Aqui,
eles não significam nada. "Não temos vontade de transmitir uma
mensagem", salienta o guitarrista
Rodrigo Otavio, 33.
"O legal é poder se comunicar
sem ser racional. Quantas vezes
não lhe contaram uma mentira e
você acreditou naquelas palavras?", completa o vocalista, que
cria as (anti)letras das canções
por improviso ou simplesmente
sorteando algumas sílabas. "Poesias de sensações", batiza.
Apesar da -e também pela-
formação musical sólida do quarteto, que tem ainda João Marcelo
no baixo e Rodrigo Magalhães na
bateria, as composições do grupo
nascem todas do improviso. Só
que entre um Miles Davis e o funk
metal do Primus, por exemplo.
"Não dá para tentar explicar o
[nosso] som pelas referências. Temos interesse por qualquer música do mundo, seja ela chinesa,
brasileira ou rock", corrige Vittório, acrescentando ao caldo Alcione, Elvis e (por que não?) até o
pop chiclete de Ivete Sangalo.
É assim, portanto, que a "Violinha do Pai Tomaz" ganha timbre
de cordas orientais. Ou ainda que
"Yaba" viaja à África para emprestar-lhe a percussão ritmada e
os cânticos tribais.
Mas pexbaA não é world music,
não é post-rock ou muito menos
MPB. É, como dito acima, um
verbete ainda fora do dicionário,
que vem ganhando força graças
ao boca-a-boca na internet. "A
melhor coisa que surgiu para a
música foi o computador. Só agora é que as pessoas estão se descondicionando daquilo que ouvem na televisão. O pop que se
ouve hoje é o mesmo da época da
jovem guarda", reclama Vittório.
pexbaA
Artista: pexbaA
Lançamento: Amplitude
Quanto: R$ 15
Inf.: www.pexbaa.com.br
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