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Estudo indica que livros são caros no país
DA REPORTAGEM LOCAL
Os preços certamente
são fundamentais para explicar o sucesso atual do
segmento de bolso. Alguns
títulos da L&PM Pocket
são vendidos por menos
de R$ 10. O preço médio
dos livros de bolso da
Companhia das Letras é
de R$ 19. O selo BestBolso,
da Record, vai trazer edições que custarão entre R$
14,90 e R$ 19,90.
Os livros de bolso podem estar se tornando
uma alternativa de compra para quem não teria
como pagar as edições em
brochura.
Para economistas que
acompanham o mercado
editorial, como Fabio Sá
Earp, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, os
preços de venda ao consumidor no Brasil deveriam
ser reduzidos a um terço
do seu valor atual.
Ele chegou a esse número a partir de dados coletados em 2002 no Brasil e
em diversos países. Earp
criou um "índice de capacidade de compra de livros", que, segundo ele,
chega exatamente ao mesmo resultado que o critério de paridade do poder
de compra (PPP, em inglês), que considera o poder de compra das moedas
dentro dos respectivos
países e é usado para comparar diferentes economias.
Ainda que não tenha dados atualizados específicos do mercado editorial
no exterior para os últimos anos ("o que exigiria
um grande investimento
com institutos estrangeiros"), ele fez a atualização
dos dados para o poder de
compra de livros no Brasil.
Em estudo recente que
fez em parceria com George Kornis, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, também aproveitando a última pesquisa
anual conjunta do Snel
(Sindicato Nacional dos
Editores de Livros) e da
CBL (Câmara Brasileira
do Livro), de agosto passado, o economista utilizou
dados como renda per capita, PIB e preço médio do
livro ao mercado no país.
Earp mostra que o poder de compra de livros no
Brasil (sem levar em conta
as compras governamentais) está crescendo desde
2003 (quando registrou o
pior resultado nos últimos
dez anos), mas os números
atuais ainda são muito inferiores aos de dez anos
atrás. O poder de compra
em 2006 representaria
pouco mais de 60% daquele registrado em 1998, segundo o índice calculado
pelo economista. Assim,
não é surpresa que os livros de bolso, mais acessíveis, sejam a bola da vez
nas livrarias.
(MS)
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