São Paulo, terça-feira, 02 de outubro de 2007

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Estudo indica que livros são caros no país

DA REPORTAGEM LOCAL

Os preços certamente são fundamentais para explicar o sucesso atual do segmento de bolso. Alguns títulos da L&PM Pocket são vendidos por menos de R$ 10. O preço médio dos livros de bolso da Companhia das Letras é de R$ 19. O selo BestBolso, da Record, vai trazer edições que custarão entre R$ 14,90 e R$ 19,90.
Os livros de bolso podem estar se tornando uma alternativa de compra para quem não teria como pagar as edições em brochura.
Para economistas que acompanham o mercado editorial, como Fabio Sá Earp, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, os preços de venda ao consumidor no Brasil deveriam ser reduzidos a um terço do seu valor atual.
Ele chegou a esse número a partir de dados coletados em 2002 no Brasil e em diversos países. Earp criou um "índice de capacidade de compra de livros", que, segundo ele, chega exatamente ao mesmo resultado que o critério de paridade do poder de compra (PPP, em inglês), que considera o poder de compra das moedas dentro dos respectivos países e é usado para comparar diferentes economias.
Ainda que não tenha dados atualizados específicos do mercado editorial no exterior para os últimos anos ("o que exigiria um grande investimento com institutos estrangeiros"), ele fez a atualização dos dados para o poder de compra de livros no Brasil.
Em estudo recente que fez em parceria com George Kornis, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, também aproveitando a última pesquisa anual conjunta do Snel (Sindicato Nacional dos Editores de Livros) e da CBL (Câmara Brasileira do Livro), de agosto passado, o economista utilizou dados como renda per capita, PIB e preço médio do livro ao mercado no país.
Earp mostra que o poder de compra de livros no Brasil (sem levar em conta as compras governamentais) está crescendo desde 2003 (quando registrou o pior resultado nos últimos dez anos), mas os números atuais ainda são muito inferiores aos de dez anos atrás. O poder de compra em 2006 representaria pouco mais de 60% daquele registrado em 1998, segundo o índice calculado pelo economista. Assim, não é surpresa que os livros de bolso, mais acessíveis, sejam a bola da vez nas livrarias. (MS)


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