São Paulo, segunda-feira, 02 de novembro de 2009

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TELEVISÃO

Crítica

"Morte em Veneza" usa zoom como intensidade do olhar

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Para um dia de Finados "Morte em Veneza" (TCM, 22h, classificação não informada) é, pelo menos, um filme sintomático. Mas a obra de Luchino Visconti (baseada em Thomas Mann) vale a pena ser vista sempre. Ali, um velho músico (Dirk Bogarde) vai a Veneza e deixa-se fascinar pelo adolescente Tadzio.
É estranha a beleza andrógina de Tadzio: nem homem nem mulher. Os dois, de certa forma. O professor nem tem olhos para a mãe do rapaz. E olha que ela é Silvana Mangano.
Não é um filme que eu admirei devidamente na época (é de 1971), muito por ser um filme da lente zoom. O uso constante dessa lente, que nos aproxima do objeto visado, parecia uma facilidade imperdoável. Revendo-o, percebe-se que a zoom de Visconti vai em busca de Tadzio com a intensidade do olhar do músico. Rever é quando surge algo novo no que já vimos.


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