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UNIVERSIDADE
Evento lançou o dossiê "Depois de Cabral: Formação do Brasil", da "Revista da USP"
Debate "reconstrói" a identidade brasileira
DA REPORTAGEM LOCAL
O tema do número 46 da "Revista da USP" é "Depois de Cabral: Formação do Brasil". O debate de lançamento da publicação, no entanto, foi direcionado
para outro lado.
O evento, realizado no auditório
da Folha, em parceria da Universidade de São Paulo com o jornal,
acabou centrando esforços na
construção da identidade do brasileiro.
Pode parecer algo muito parecido, mas um dos temas sobre os
quais falaram os palestrantes foi
justamente a diferença do termo
construção e formação.
Estiveram na mesa Reginaldo
Prandi, professor do departamento de sociologia da USP, Alcir
Pécora, professor de literatura na
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Lux Vidal, do departamento de antropologia da
USP, José Jobson de Andrade Arruda, do Instituto de Economia
da Unicamp, e João Baptista Borges Pereira, ex-diretor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.
Cada um dos presentes na mesa
falou, inicialmente, sobre os textos que apresentaram na "Revista
da USP".
Alcir Pécora, o único que não tinha um artigo na publicação, fez
um resumo crítico dos temas trabalhados.
O professor salientou como os
artigos da publicação uspiana
mostram os artifícios utilizados
para a análise da construção da
identidade, recursos como projetar uma crise do presente para
analisar o passado.
"Esses artigos nos deixam vacinados de visões infantilizadas da
história, de que o passado colonial é como uma criança em relação ao adulto nacional posterior",
disse, questionando por isso o termo formação.
Jobson concordou com Pécora,
tratando a idéia de "formação" da
identidade como "engessadora".
"Devemos trocá-la para a de
construção. Estamos sempre
construindo e desconstruindo as
nossas identidades."
O professor argumentou que,
para entender a construção da
nossa identidade, é preciso reconstruir a situação da relação da
metrópole com a colônia no período da independência.
Reginaldo Prandi centrou sua
fala, sobre as diferentes contribuições de fontes africanas para a
cultura brasileira, não na construção, mas na desconstrução.
"Para abordar a construção da
identidade, tenho de falar sobre o
contrário, o processo de desorganização, desestruturação e como
ela tinha a ver com a condição social das etnias."
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