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CINEMA
"O Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei" encerra a saga baseada na obra de J.R.R. Tolkien; filme chega ao Brasil no Natal
Fim da aliança
Phil Walter/Associated Press
![](../images/i0212200301.jpg) |
Cavaleiros de "O Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei" durante parada na première, ontem, do filme em Wellington (Nova Zelândia) |
LEANDRO FORTINO
ENVIADO ESPECIAL A WELLINGTON
Close-up. Uma minhoca se mexe entre os dedos indicador e polegar sujos de lama. Corte. Dois
hobbits, num bote, pescam em
um lago num dia ensolarado.
Alguma coisa fisga o anzol, e um
dos hobbits é puxado com força
para o fundo do lago. Ele emerge
segurando um anel dourado. Na
grama, ao lado do lago, os dois
brigam pelo "precioso". Na disputa, um deles acaba morrendo
estrangulado.
Assim, com a história da transformação do bondoso Smeagol
no perturbado e malvado Gollum, tem início a última parte do
filme mais aguardado do ano: "O
Senhor dos Anéis - O Retorno do
Rei", que estréia nos EUA no dia
17 de dezembro. No Brasil, o longa entra em cartaz no Natal.
Cerca de 150 jornalistas do
mundo todo tiveram a oportunidade de assistir, no último sábado, a terceira e última parte da
megaprodução em Wellington,
capital da Nova Zelândia, país onde o filme foi rodado. A Folha foi
o único jornal brasileiro a participar do evento.
Há cenas de ação impressionantes, como a batalha de Minas Tirith, em que Aragorn lidera um
exército de cavaleiros fantasmas,
ou a cena em que Frodo é atacado
e enrolado pela teia de uma aranha gigante, Shelob. Notável ausência é a batalha em que o Condado, lar dos hobbits, é totalmente destruído, parte importante do
livro original de J.R.R. Tolkien.
Ontem, às 19h (4h no horário de
Brasília), aconteceu o pré-lançamento do filme, com a presença
de boa parte do elenco e do diretor Peter Jackson, o maior ídolo
pop da Nova Zelândia.
Nunca se viu evento desse tamanho no país. O lugar todo respira e cheira a "O Senhor dos
Anéis". Cópias gigantes de monstros do filme estão em todos os lugares. No aeroporto de Wellington há um Gollum; no Embassy
Theatre, local da noite de gala, há
um dragão alado; na parede de
um prédio estão cravadas duas
flechas do elfo Legolas.
Réplicas do anel são vendidas
por toda a cidade por no mínimo
R$ 200. Vitrines de lojas exibem
manequins com cabeças de orcs.
Pôsteres, selos comemorativos e
até um jumbo da Air New Zealand, com os rostos dos hobbits
estampados em sua parte externa,
voou baixo sobre a parada, que
percorreu 500 metros por ruas de
Wellington e reuniu cerca de 120
mil pessoas. A capital da Nova Zelândia parou em plena segunda.
Pela primeira vez na história do
cinema um país usa um filme para promover turismo pelas locações e atrair novas produções cinematográficas para serem rodadas na Nova Zelândia. Há um departamento de cinema que oferece todo o apoio necessário para os
interessados. Há até um ministro
dos Anéis. Sem brincadeira.
Estima-se que a cidade tenha
gasto R$ 3,8 milhões numa tentativa de se tornar a Hollywood do
hemisfério Sul. Até o principal
museu do país, o Te Papa Tongarewa, entrou na jogada, com uma
exposição de roupas e armas utilizadas em "O Senhor dos Anéis".
"Não fizemos esse filme aqui
porque queremos tomar o lugar
de Hollywood. Nasci aqui, minha
família mora aqui, faço filmes
desde que tinha sete anos. Só filmei aqui porque é meu país", explica Peter Jackson, durante entrevista coletiva realizada no museu, ontem de manhã.
O próximo projeto de Jackson
também será filmado na Nova Zelândia, onde o diretor construiu
um pequeno complexo de estúdios em Wellington. Trata-se da
refilmagem do clássico "King
Kong". "Ainda não sei quem integrará o elenco de "King Kong",
mas entendo por que alguns diretores trabalham sempre com os
mesmos atores, porque nos tornamos amigos", conta Jackson.
O produtor da trilogia, Mark
Ordesky, declarou que pretende
levar às telas outro livro de Tolkien, "O Hobbit".
O jornalista Leandro Fortino viajou a
convite do Tourism New Zealand
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