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CINEMA
Júri elege o documentário "Peões" como melhor filme; "Cabra-Cega", de Toni Venturi, é mais premiado, com 7 troféus
Eduardo Coutinho vence Festival de Brasília
TEREZA NOVAES
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
Não faltou política no encerramento do Festival de Brasília, anteontem, no teatro Nacional.
Além de os principais vencedores
transitarem pelo tema ("Peões",
de Eduardo Coutinho, melhor filme eleito pelo júri; e "Cabra-Cega", de Toni Venturi, que arrebatou sete prêmios), a noite teve ainda várias declarações de apoio à
Ancinav (Agência Nacional do
Cinema e do Audiovisual).
A atração da cerimônia de premiação parecia prever o que viria
a seguir: "Entreatos" -documentário que enfoca os dias finais
da campanha de Lula rumo à Presidência, em 2002.
O filme foi apresentado pelo diretor João Moreira Salles. A platéia aplaudiu algumas das cenas
durante a sessão. O filme faz dobradinha com o vencedor
"Peões", retrato de pessoas que
participaram das greves do ABC
em 1979 e 1980.
"Vai fazer bem ao filme, mais
pessoas vão assistir", disse Coutinho, que dedicou o prêmio à neta
Maria Eduarda e ao cineasta Vladimir Carvalho.
"Nem é o meu melhor filme.
Vou ser mais odiado", comentou
o cineasta.
O prêmio dado ao documentarista é de R$ 80 mil, mais R$ 5.000
concedido pelo Ministério da
Cultura e ajuda para transformar
a obra em DVD.
O longa de Toni Venturi, "Cabra-Cega", ganhou os Candangos
de direção, filme (escolhido pelo
público), roteiro (Di Moretti),
ator principal (Leonardo Medeiros) e direção de arte (Chico Andrade), além de um prêmio especial de pesquisa.
Ambientado no período da ditadura militar, o longa mostra um
guerrilheiro ferido que tem de se
esconder no apartamento de um
arquiteto.
"O grande prêmio é o do público. O filme mostrou que chega
principalmente aos jovens, a gente que nem era nascida na época",
disse Venturi.
A defesa da Ancinav fez parte do
discurso de vários cineastas, entre
eles, Joel Pizzini , que levou quatro
Candangos por "500 Almas", e
Érika Bauer, de "Dom Helder Câmara - O Santo Rebelde", premiado duas vezes.
A principal manifestação em favor da criação da agência foi de
Geraldo Moraes, presidente do
Congresso Brasileiro de Cinema
(CBC), que leu uma carta aberta,
ratificada por participantes do
festival, apoiando o projeto.
Os momentos mais emocionantes foram as premiações para as
atrizes de "Bendito Fruto", Zezeh
Barbosa e Lúcia Alves, nas categorias principal e coadjuvante, respectivamente.
Barbosa subiu ao palco emocionada para receber também o prêmio de "melhor momento" do
festival. Alves lembrou que era
seu primeiro prêmio em 35 anos
de carreira. As duas foram aplaudidas de pé pela platéia.
Os jornalistas Tereza Novaes e José
Geraldo Couto viajaram a convite da
organização do evento
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