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Longa mostra os dois lados da agressão
FREE-LANCE PARA A FOLHA
"Te Doy Mis Ojos", o
grande premiado na festa do
Goya, é o terceiro filme da
atriz Icíar Bollaín, 37, atrás
das câmeras. Ela já havia tratado do tema da violência
doméstica no curta "Amores
que Matan" (2000).
Folha - O tema do filme é
muito duro e muito atual. Havia muita expectativa do público em relação à fita?
Icíar Bollaín - Não exatamente. O assunto está no
jornal todos os dias, acho
que ninguém esperava ver
um filme mostrando o tema.
Folha - Qual foi a maior dificuldade em tratar o tema?
Bollaín - Não é um assunto
muito atrativo para um sábado à tarde, digamos. Tínhamos de encontrar um
jeito de contar essa história
de uma maneira que o público pudesse digerir.
Folha - Mas o resultado é
forte...
Bollaín - Não tanto como
ocorre na vida real. Mostramos também o lado do
agressor. Falamos com muitas mulheres agredidas e notamos que há muitas coisas
implicadas. Na vida as coisas
não são preto-e-branco, há
outros tons.
Folha - Você faz parte de
uma nova geração do cinema
espanhol. Quais seriam os
pontos em comum entre os
novos cineastas?
Bollaín - Não temos muito
em comum, talvez apenas o
ecletismo mesmo. Tratamos
de temas diferentes, gêneros
distintos, e não temos mais
complexos, não temos medo
de sair para filmar no exterior, como fez Isabel Coixet.
(IP)
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