São Paulo, terça-feira, 03 de fevereiro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Crítica

Crise torna "E o Sangue Semeou a Terra" atual

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Já se falou bastante sobre o discurso de posse de Barack Obama. Não vi em nenhum lugar que a ênfase dada aos valores remetia em linha reta ao faroeste. Uma linha reta, sem dúvida, mas não pacífica.
Também o Velho Oeste viveu (no cinema) a tensão entre o individualismo e a inserção social (simplificando: republicanos e democratas). "E o Sangue Semeou a Terra" (TC Cult,14h50, não indicado para menores de 12 anos) é um dos pontos altos dessa discussão (e, por extensão, da obra de Anthony Mann). Existe ali uma caravana que precisa receber víveres para poder se instalar e trabalhar. Ocorre, no meio disso, uma corrida do ouro, que faz os víveres se valorizarem absurdamente.
A opção se coloca para o caubói James Stewart: ficar ao lado do trabalho produtivo da comunidade ou do enriquecimento predatório? Essa questão não esgota este filme genial, é claro, mas está lá. E a crise de agora, em que a ganância joga um papel relevante, torna-a mais atual do que nunca.


Texto Anterior: Televisão / Música: E! aborda os rappers mais ricos do mundo
Próximo Texto: Resumo das novelas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.