São Paulo, quarta-feira, 03 de fevereiro de 2010 |
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CDs MPB Auge TONO Gravadora: independente; Quanto: R$ 15; Avaliação: bom
O gênero do álbum de estreia da banda
carioca Tono é inclassificável. As influências são vastas, indo da tropicália
aos batidões funkeados de favela, passando pela psicodelia setentista
-bem abastecida pela guitarra de Bem Gil, filho de Gilberto Gil. O resultado é um som incomum e, em algumas canções, surpreendentemente pop. A cozinha de Rafael Rocha (bateria) e Bruno Dilulo (baixo)
chama a atenção, com uma variedade rítmica que, ao mesmo tempo,
dá "caras" distintas às faixas e unidade ao conjunto.
Ná Ozzetti, Suzana Salles, Carlos Careqa, Vange Milliet e Rita Maria formam o
time de vozes amealhados pelos arranjadores Gilberto Assis e Ana Fridman
para esse projeto, que relê 13 temas da maestrina e compositora fluminense Chiquinha Gonzaga (1847-1935). A marcha carnavalesca "Ó
Abre Alas", uma das mais populares do repertório de Chiquinha, ficou
de fora. Mas entraram temas das operetas e burlescas que foram sua
marca registrada, como o célebre "Corta Jaca".
Este CD duplo celebra a primeira década
do projeto Prata da Casa, realizado pelo
Sesc Pompeia todas as terças e voltado a novos nomes da música brasileira, da MPB e de outros gêneros. Chico Pinheiro, Romulo Fróes, DonaZica, Fabiana Cozza, Lucas Santtana, Céu, Curumin... A lista de bons
nomes é grande. E, como seleções nunca são inteiramente justas, outros bons nomes ficaram de fora para dar lugar a escolhas suspeitas,
fazendo do álbum um conjunto desigual.
A essa altura, você provavelmente já
ouviu bastante "Tik Tok", primeiro megahit desta nova (e desbocada) cantora
norte-americana. Abusando de sintetizadores e batidas rápidas, Ke$ha tenta criar uma atmosfera pop usando vocais que remetem ao rap. As letras, bem adolescentes, falam de
festas, garotos. Mas, se colocada perto de Pixie Lott e Lady Gaga,
Ke$ha soa apenas como uma cantora pop genérica (não é coincidência
o disco ter sido trabalhado por uma série de produtores).
POR QUE OUVIR: Em faixas como "Tik Tok" e na quase balada "Hungover",
Ke$ha consegue transmitir alguma personalidade. Mas boa parte das canções do disco soam insípidas. |
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