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MÔNICA BERGAMO
Marlene Bergamo/Folha Imagem
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PÉROLAS Daniela Mercury exibe toda a sua graça ao receber em seu camarote, um dos "VIPs comerciais" mais badalados de Salvador, anteontem, patrocinadores, amigos e artistas
PING
"Eu sabia"
Zezé di Camargo apareceu em Salvador no sábado. Não desgrudava da filha, Wanessa Camargo, que na semana anterior revelou, numa entrevista à
revista "Veja", que não era
mais virgem -e que o pai
nem sabia da novidade.
Folha - Você ficou chocado
com a entrevista?
Zezé di Camargo - Eu sempre soube [que a filha não
era mais virgem]. É que eu
me fazia de morto. Achava
que esse era um assunto que
ela deveria tratar com a
mãe, mais do que com o pai.
Folha - E a mãe sabia?
Zezé - Sabia de tudo.
Folha - E como você sabia?
Zezé - Eu não sou ingênuo
de achar que a minha filha,
com 20 anos, viaja sozinha
com o namorado e não
acontece nada. É um ciclo
da vida. Ela já é adulta...quer
dizer, ela é o meu nenê,
quando ela tiver 50 anos,
ainda vai ser a minha nenê.
Mas é um ciclo natural da
vida. Sou o pai dela, sou o
homem que mais ama a
Wanessa na vida, mas certas
coisas, não dá para brecar.
Folha - O que você achou de
ela falar coisas tão íntimas
numa entrevista?
Zezé - Mostra que ela tem
personalidade, não faz tipo.
É um ser humano comum.
PONG
Olhar estrangeiro
Convidado por Gilberto
Gil, Jack Lang, ex-ministro
da Cultura da França, assistiu à abertura do Carnaval de Salvador e de Recife
e hoje vê o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro. Em Salvador, ele
conversou com a coluna:
Folha - Está gostando da
festa?
Jack Lang - Estou maravilhado. É muito bonita e, sobretudo, popular.
Folha - E do Gil ministro?
Lang - É muito boa idéia,
para o alinhamento intelectual do Brasil, para o povo e
principalmente para os artistas.
Folha - Houve muitas críticas. Achavam que um artista
deveria se dedicar à arte e
não à administração ou à política.
Lang - É muito melhor ter
um homem de inspiração
no ministério do que um
político tradicional, sem
sensibilidade.
Folha - Você tem acompanhado as notícias sobre a
possibilidade de uma guerra
dos EUA contra o Iraque?
Lang - Sim. Tudo. Recebo
no Brasil, pelo fax, diariamente, dossiês da France
Presse, e falo por telefone
com amigos na França. Espero que se consiga deter essa guerra e que o Brasil resista também. É uma situação absurda. Sou professor
de direito internacional e sei
que não há nada que legitime uma intervenção armada. O Iraque não cometeu
nenhum gesto de agressão
que justifique isso. Uma intervenção americana seria
ilegal, ilegítima e perigosa.
FOLIA DE MILHÕES
Quanto vale uma Gisele
Bündchen? Algo como R$ 16
milhões. O cálculo tem como
base os gastos da Credicard com
o Carnaval da Bahia, que este
ano levou a top para propagandear sua marca na folia.
No ano passado, sem Gisele, a
empresa investiu R$ 2 milhões
em camarotes e trios elétricos.
Lucrou quatro vezes mais: a
aparição espontânea de sua
marca em TVs, rádios e jornais
equivaleu a um gasto de R$ 8
milhões. Este ano, com Gisele, o
gasto é igual -mas o retorno
esperado é muito maior: R$ 16
milhões. Gisele só aparecerá em
público, para filmagens e fotos,
com camisetas da empresa
-bordadas até com cristais
Swarovski.
É por isso que a companhia
não economizou nos mimos à
top: concordou em pagar passagem e hospedagem para 16 convidados que ela quis levar para a
Bahia (irmãs, cunhados, amigos
etc); alugou para ela uma casa
de 1.500 m2, de frente para o
mar, no condomínio de Interlagos, o mais caro de Salvador;
providenciou seu prato predileto (estrogonofe com batata palha), churrasco, pipoca doce e Sonho de Valsa.
Só um desejo de Gisele não ficou nas mãos da empresa: ela
quer aproveitar a passagem por
Salvador para conhecer Caetano Veloso, que, num ensaio da
"Vogue", disse sobre a modelo:
"Quem não sente um friozinho
na espinha e um calor no coração quando vê a concentração
de beleza que há em seu rosto?".
O condomínio de Interlagos
acabou virando esconderijo de
VIPs: nele também se hospedou
o ministro Antonio Palocci Filho, da Fazenda -com a mulher, filhos e irmãos. Ficou "escondido" na casa do publicitário João Santana, na rua do Mé.
Ex-sócio de Duda Mendonça,
Santana trabalhou para Palocci
quando ele era prefeito de Ribeirão Preto e agora palpita em
políticas de comunicação do
Ministério. Santana está na Argentina, mas deixou o filho, Ailê, recebendo Palocci em sua casa. Em Salvador estão também
as filhas do ministro José Dirceu, que pediu a Flora Gil, mulher do ministro Gilberto Gil, da
Cultura, que zelasse por elas.
Palocci, muito aguardado no
camarote do colega ministro,
Gil, não andava muito animado
com a folia. Queria mesmo era
descansar -no sábado, por
exemplo, dormiu até tarde.
Na abertura do Carnaval, na
sexta, o único ministro que apareceu foi Humberto Costa, da
Saúde, para propagandear o uso
de camisinha. Subiu no trio elétrico com um copo de uísque na
mão. Na hora das fotos, deixou
o copo de lado -por sugestão
de alguns fotógrafos.
Quem tentava driblar os "paparazzi", para não ser flagrada
ao lado da marca Skol, era a
atriz Fernanda Torres, que temia desagradar a Kaiser, da qual
é garota-propaganda. Missão,
aliás, quase impossível: a transformação do Carnaval de Salvador em um grande negócio fez
com que os camarotes "VIPs
comerciais", como os de Gil e
Daniela Mercury, e os desfiles
dos trios virassem um cortejo
de balões e luminosos com os
nomes dos anunciantes, fazendo de Salvador um grande outdoor privado.
bergamo@folhasp.com.br
COM CLEO GUIMARÃES E ALVARO LEME
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