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São Paulo, segunda-feira, 03 de março de 2003

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MÔNICA BERGAMO

Marlene Bergamo/Folha Imagem
PÉROLAS Daniela Mercury exibe toda a sua graça ao receber em seu camarote, um dos "VIPs comerciais" mais badalados de Salvador, anteontem, patrocinadores, amigos e artistas

PING

"Eu sabia"

Zezé di Camargo apareceu em Salvador no sábado. Não desgrudava da filha, Wanessa Camargo, que na semana anterior revelou, numa entrevista à revista "Veja", que não era mais virgem -e que o pai nem sabia da novidade.
 

Folha - Você ficou chocado com a entrevista?
Zezé di Camargo -
Eu sempre soube [que a filha não era mais virgem]. É que eu me fazia de morto. Achava que esse era um assunto que ela deveria tratar com a mãe, mais do que com o pai.

Folha - E a mãe sabia?
Zezé -
Sabia de tudo.

Folha - E como você sabia?
Zezé -
Eu não sou ingênuo de achar que a minha filha, com 20 anos, viaja sozinha com o namorado e não acontece nada. É um ciclo da vida. Ela já é adulta...quer dizer, ela é o meu nenê, quando ela tiver 50 anos, ainda vai ser a minha nenê. Mas é um ciclo natural da vida. Sou o pai dela, sou o homem que mais ama a Wanessa na vida, mas certas coisas, não dá para brecar.

Folha - O que você achou de ela falar coisas tão íntimas numa entrevista?
Zezé -
Mostra que ela tem personalidade, não faz tipo. É um ser humano comum.

PONG

Olhar estrangeiro

Convidado por Gilberto Gil, Jack Lang, ex-ministro da Cultura da França, assistiu à abertura do Carnaval de Salvador e de Recife e hoje vê o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro. Em Salvador, ele conversou com a coluna:
 

Folha - Está gostando da festa?
Jack Lang -
Estou maravilhado. É muito bonita e, sobretudo, popular.

Folha - E do Gil ministro?
Lang -
É muito boa idéia, para o alinhamento intelectual do Brasil, para o povo e principalmente para os artistas.

Folha - Houve muitas críticas. Achavam que um artista deveria se dedicar à arte e não à administração ou à política.
Lang -
É muito melhor ter um homem de inspiração no ministério do que um político tradicional, sem sensibilidade.

Folha - Você tem acompanhado as notícias sobre a possibilidade de uma guerra dos EUA contra o Iraque?
Lang -
Sim. Tudo. Recebo no Brasil, pelo fax, diariamente, dossiês da France Presse, e falo por telefone com amigos na França. Espero que se consiga deter essa guerra e que o Brasil resista também. É uma situação absurda. Sou professor de direito internacional e sei que não há nada que legitime uma intervenção armada. O Iraque não cometeu nenhum gesto de agressão que justifique isso. Uma intervenção americana seria ilegal, ilegítima e perigosa.

FOLIA DE MILHÕES
Quanto vale uma Gisele Bündchen? Algo como R$ 16 milhões. O cálculo tem como base os gastos da Credicard com o Carnaval da Bahia, que este ano levou a top para propagandear sua marca na folia.
 
No ano passado, sem Gisele, a empresa investiu R$ 2 milhões em camarotes e trios elétricos. Lucrou quatro vezes mais: a aparição espontânea de sua marca em TVs, rádios e jornais equivaleu a um gasto de R$ 8 milhões. Este ano, com Gisele, o gasto é igual -mas o retorno esperado é muito maior: R$ 16 milhões. Gisele só aparecerá em público, para filmagens e fotos, com camisetas da empresa -bordadas até com cristais Swarovski.
 
É por isso que a companhia não economizou nos mimos à top: concordou em pagar passagem e hospedagem para 16 convidados que ela quis levar para a Bahia (irmãs, cunhados, amigos etc); alugou para ela uma casa de 1.500 m2, de frente para o mar, no condomínio de Interlagos, o mais caro de Salvador; providenciou seu prato predileto (estrogonofe com batata palha), churrasco, pipoca doce e Sonho de Valsa.
 
Só um desejo de Gisele não ficou nas mãos da empresa: ela quer aproveitar a passagem por Salvador para conhecer Caetano Veloso, que, num ensaio da "Vogue", disse sobre a modelo: "Quem não sente um friozinho na espinha e um calor no coração quando vê a concentração de beleza que há em seu rosto?".
 
O condomínio de Interlagos acabou virando esconderijo de VIPs: nele também se hospedou o ministro Antonio Palocci Filho, da Fazenda -com a mulher, filhos e irmãos. Ficou "escondido" na casa do publicitário João Santana, na rua do Mé. Ex-sócio de Duda Mendonça, Santana trabalhou para Palocci quando ele era prefeito de Ribeirão Preto e agora palpita em políticas de comunicação do Ministério. Santana está na Argentina, mas deixou o filho, Ailê, recebendo Palocci em sua casa. Em Salvador estão também as filhas do ministro José Dirceu, que pediu a Flora Gil, mulher do ministro Gilberto Gil, da Cultura, que zelasse por elas.
 
Palocci, muito aguardado no camarote do colega ministro, Gil, não andava muito animado com a folia. Queria mesmo era descansar -no sábado, por exemplo, dormiu até tarde.
 
Na abertura do Carnaval, na sexta, o único ministro que apareceu foi Humberto Costa, da Saúde, para propagandear o uso de camisinha. Subiu no trio elétrico com um copo de uísque na mão. Na hora das fotos, deixou o copo de lado -por sugestão de alguns fotógrafos.
 
Quem tentava driblar os "paparazzi", para não ser flagrada ao lado da marca Skol, era a atriz Fernanda Torres, que temia desagradar a Kaiser, da qual é garota-propaganda. Missão, aliás, quase impossível: a transformação do Carnaval de Salvador em um grande negócio fez com que os camarotes "VIPs comerciais", como os de Gil e Daniela Mercury, e os desfiles dos trios virassem um cortejo de balões e luminosos com os nomes dos anunciantes, fazendo de Salvador um grande outdoor privado.

bergamo@folhasp.com.br

COM CLEO GUIMARÃES E ALVARO LEME


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