São Paulo, quinta-feira, 03 de março de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros CRÍTICA ROCK R.E.M. reencontra melhor fase após 19 anos Nas lojas brasileiras no dia 14, "Collapse into Now" entra na galeria dos álbuns clássicos da banda americana THALES DE MENEZES DE SÃO PAULO O R.E.M. viveu um drama nos últimos 19 anos. Por mais que a banda se esforçasse, nenhum de seus lançamentos, alguns bem bons, repetiu a qualidade de "Automatic for the People", de 1992. Na verdade, o grupo tinha conseguido gravar em sequência os quatro melhores álbuns de sua discografia: "Document" (1987), "Green" (1988), "Out of Time" (1991) e "Automatic for the People". Esse peso saiu dos ombros de Michael Stipe, Peter Buck e Mike Mills. Eles lançam agora um disco para integrar sua galeria de grandes obras. "Collapse into Now", nas lojas brasileiras a partir do dia 14, traz 13 músicas que soam como um "greatest hits". Entre baladas pungentes e rocks rápidos, é caso raro de um álbum para ser ouvido de ponta a ponta. A banda teve a sacada de repetir no final da última faixa, "Blue", a frase hipnótica de guitarra que Peter Buck toca na abertura do disco, a poderosa "Discoverer". É praticamente um convite para ouvir o álbum outra vez. "Blue" tem quase sete minutos de "duelo" entre o violão de Buck e a guitarra distorcida e lânguida de Lenny Kaye, o fiel escudeiro de Patti Smith, musa de Stipe que também participa da faixa. Depois de alguns minutos em que o vocalista declama versos usando megafone, Patti interpreta com emoção a parte cantada da faixa. Mas não é o melhor momento do disco. A obra-prima inquestionável é "Oh My Heart". Lenta, atmosférica, tem uma letra de cortar os pulsos sobre alguém que volta para a casa e tem contas a acertar com o passado. Depois de uma audição, fica evidente que o R.E.M. cresce quando Peter Buck está em plena forma. Trata-se de um ótimo disco de guitarra, seja elétrica, acústica ou substituída pelo bandolim. Desde novembro, o R.E.M. orquestra um lançamento badaladíssimo na internet. Faixas, clipes e entrevistas curtas foram lançados a conta-gotas, e há alguns dias circula um trailer do documentário que traz a banda no estúdio, gravando o álbum. Na última terça-feira, sites tocaram o áudio completo do disco durante algumas horas. Apenas streaming, ou seja, era possível ouvir tudo, mas sem baixar os arquivos. Fãs em êxtase no Twitter deixaram loucos de inveja os que ainda não puderam conferir "Collapse into Now". De banda-sensação das rádios universitárias no início de carreira, o R.E.M. se transformou em sucesso mundial. Depois, perdeu vendagem de discos e ganhou um rótulo "cult". Agora, com guitarras nervosas e Stipe cantando muito, resolveu conquistar a geração das redes sociais. COLLAPSE INTO NOW ARTISTA R.E.M. LANÇAMENTO Warner Music QUANTO R$ 26, em média AVALIAÇÃO ótimo Texto Anterior: Crítica/Comédia: "Os 39 Degraus" concretiza mágica do engenho cênico Próximo Texto: Karajan rege Mozart em quinto volume da Coleção Folha Índice | Comunicar Erros

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