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'Dama' traz isolamento urbano
da Reportagem Local
O teatro de Gilberto Gawronski
não é o que alguém costuma chamar de "brasileiro". Nada tem de
folclórico ou rural. Não é difícil
entender como esta "Dama da
Noite" foi estrear e cumprir temporada em Lyon, na França.
Apresenta uma realidade, pensamentos, sentimentos próprios
de qualquer grande cidade, em
qualquer língua.
A solidão, o isolamento, o desejo
da paixão. Diz Dana Avalon, o
personagem, entre "drag queen"
e prostituta:
"Eu aqui, sentada no bar, sem fazer nada. Como se tivesse desaprendido a linguagem dos outros... Você tem um passe para a
roda-gigante. Uma senha... Eu
sempre do lado de fora, sem saber
a palavra certa. Olhando de fora."
Não parece, mas é de um humor
corrosivo, próprio de uma
"stand-up comedy", mais do que
de um monólogo dramático. Não
representa: conversa com o público. Faz com que ria e se emocione,
mas antes age sobre a razão, em
diálogo e até interação.
(NS)
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