São Paulo, terça, 3 de março de 1998

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'Dama' traz isolamento urbano

da Reportagem Local

O teatro de Gilberto Gawronski não é o que alguém costuma chamar de "brasileiro". Nada tem de folclórico ou rural. Não é difícil entender como esta "Dama da Noite" foi estrear e cumprir temporada em Lyon, na França.
Apresenta uma realidade, pensamentos, sentimentos próprios de qualquer grande cidade, em qualquer língua.
A solidão, o isolamento, o desejo da paixão. Diz Dana Avalon, o personagem, entre "drag queen" e prostituta:
"Eu aqui, sentada no bar, sem fazer nada. Como se tivesse desaprendido a linguagem dos outros... Você tem um passe para a roda-gigante. Uma senha... Eu sempre do lado de fora, sem saber a palavra certa. Olhando de fora."
Não parece, mas é de um humor corrosivo, próprio de uma "stand-up comedy", mais do que de um monólogo dramático. Não representa: conversa com o público. Faz com que ria e se emocione, mas antes age sobre a razão, em diálogo e até interação. (NS)


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