FERNANDO OLIVA
da Redação

Bob Gill, um dos mais importantes designers gráficos do mundo, é a grande estrela da 4ª Bienal de Design Gráfico, que começa hoje no Sesc Pompéia. Gill, 67, norte-americano, ficou célebre ao propor soluções básicas, mas originais, para as sinucas de bico do design. No dia 12, ele volta a São Paulo para falar sobre sua experiência. Gill já esteve no Brasil em 1991, quando inaugurou retrospectiva com 85 trabalhos seus no MIS (Museu da Imagem e do Som). À época, disse: "Há 40 anos tento ensinar algo sobre design e ninguém aprende. 99% dos designers são artistas frustrados. Eles não trabalham para a solução de um problema de comunicação específico para um cliente". Gill continua a insistir na sua cruzada contra os modismos ("muitos aprendem na escola que branco é moderno", disse) e clichês ("o design tem que ser simples."). Na Associação Alumni, sete anos depois da primeira visita, fala sobre como o designer pode solucionar problemas com originalidade, sempre tendo em vista o design gráfico como um processo, e não um produto final. Além de Gill, o principal convidado, a programação inclui uma série de eventos paralelos à exposição dos trabalhos (veja quadro nesta página). A 4ª Bienal foi dividida em três segmentos: passado (produção dos últimos 50 anos), presente (a mostra seletiva e a institucional) e futuro (obras de animação realizadas por jovens designers). A idéia, segundo Adélia Borges, coordenadora do evento, é refletir sobre os raízes e os rumos do design gráfico brasileiro. "A intenção é reforçar a relação do design com o cotidiano das pessoas, promover uma atividade transparente para um público bem maior que os iniciados no design." Além de instituir uma categoria exclusiva para mídia eletrônica, esta edição deve ficar conhecida como a "bienal da abertura", quando todos os designers puderam participar, e não apenas os sócios da ADG (Associação dos Designers Gráficos), como aconteceu nos anos anteriores. Resultado: mais de 1.500 projetos inscritos, oito vezes mais que a última edição. O Sesc -co-realizador da bienal- exibe, até dia 29, os 186 trabalhos selecionados em nove categorias, desde cartazes, catálogos de moda e capas (livros, jornais, CDs) até embalagens e projetos de identidade visual para cinemas e restaurantes. Os ganhadores de cada área da mostra seletiva foram escolhidos anteontem à noite pelo juri (veja quadro nesta página). O módulo futuro, de animação em vídeo, reúne criações de Alexandre Suannes, Pipa, Cássio Leitão e Gavin Adams, entre outros. "O objetivo é imaginar, num futuro próximo, não apenas qual será a cara do design gráfico, mas também sua voz e seu ritmo", diz Priscila Farias, designer que coordena o segmento. "Para essa jovem geração, imagens dinâmicas projetadas numa tela tomam aos poucos o lugar privilegiado das imagens impressas, adicionando uma nova dimensão, o tempo, à prática do design gráfico."

O quê: 4ª Bienal de Design Gráfico Vernissage: hoje, às 20h Quando: até dia 29 de março (ter a dom, das 10h às 21h) Onde: Sesc Pompéia (r. Clélia, 93, tel. 011/3871-7777) Quanto: entrada franca


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