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'UMA NOITE NA LUA'
Monólogo faz com que drama do homem comum suba ao palco
especial para a Folha
"Um homem, em cima de um
palco, pensando..." É assim que
começa o monólogo de Marco Nanini. A frase se repete por toda a
peça. "Pensando no quê?" Pouco a
pouco, revela-se que o personagem é um sujeito abandonado pelo
grande amor, Berenice, e que, num
impulso, interrompeu a conversa
de um ator, numa festa, oferecendo-lhe um texto de teatro. O personagem tem uma noite para escrevê-lo, já que o ator irá pegá-lo na
manhã seguinte. O personagem
nunca escreveu uma peça. É um
homem sem talento, sem brilho,
abandonado pela mulher, que, no
vazio de sua existência, quer pertencer ao mundo de aventura e fama dos artistas.
"Um homem, em cima de um
palco, pensando..." Dois projetores de cinema interferem no monólogo. A sombra de Nanini se
move. O som, "surround", explode
nos ouvidos. Tudo aquilo que se
acreditava impossível, no teatro,
acontece. Câmeras colocam a platéia dentro do palco.
Truques de ilusionismo, malabarismos, com cinema e vídeo, tiram
o fôlego do público. Ao final, o palco escuro se transforma, magicamente, num cartão-postal florido.
O que parece o delírio de um lunático, é, na verdade, o drama usual
do homem comum. Talvez, o drama que o homem comum João Falcão tem vivido diante do assédio
que sofre.
(MRP)
Peça: Uma Noite na Lua
Direção: João Falcão
Com: Marco Nanini
Quando: de quinta a sábado, às 21h;
domingo, às 20h
Onde: Teatro dos Quatro (r. Marquês de São
Vicente, 52, tel. 021/274-9895)
Quanto: R$ 20 (quinta), R$ 25 (sexta e
domingo) e R$ 30 (sábado)
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