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ARTES PLÁSTICAS
Pintor investe no ambíguo
Sarmento
exibe corpo
aos pedaços
CELSO FIORAVANTE
da Reportagem Local
A produção do artista plástico
português Julião Sarmento possui
algumas características marcantes:
a figuração, a monocromia, o apego ao corpo feminino, a representação de cenas marcadas de um
violento erotismo.
Mas, curiosamente, por mais
constantes que sejam, essas características, em vez de esclarecer o
espectador, o confundem, como
prova sua recente produção, em
exibição a partir de hoje na galeria
Camargo Vilaça.
São fragmentos de mulheres, geralmente atadas e em posições por
vezes antinaturalistas e parcialmente resolvidas.
Em uma delas, por exemplo,
comparecem apenas mãos e pés,
suspensos no alto da tela, como
que sugerindo algo que não se vê
no extracampo. Resta a dúvida se é
o sofrimento ou o prazer que impera e a certeza de que os dois campos deliberadamente se confundem.
"Interessa-me trabalhar com o
sentido da ambiguidade, no título,
nas imagens, na interpretação.
Nunca quis fazer um quadro totalmente explícito. Quero jogar no eixo da verdade e da mentira", disse
o artista, que participou da Bienal
de Veneza em 1997 e de duas Documentas (1982 e 1987).
Seus braços, pés e torsos ganham
ainda mais incertezas no processo
de criação do artista, que insiste
em manter as manchas e rabiscos
adquiridos no processo de criação
do trabalho. "Quero mostrar toda
a incerteza do quadro", disse.
Mostra: individual de Julião Sarmento
(pinturas sobre óleo e sobre papel em
dimensões variáveis)
Onde: galeria Camargo Vilaça (r. Fradique
Coutinho, 1.500, Vila Madalena, tel. 011/
210-7066)
Vernissage: hoje, às 20h
Quando: de segunda a sexta, das 10h às
19h; sábado, das 10h às 14h
Quanto: de US$ 6.000 a US$ 46 mil
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