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CINEMA
"Através da Janela", segundo filme da diretora, venceu ainda os prêmios de melhor roteiro e atriz
Tata Amaral vence festival de Recife
do enviado a Recife
Mal entrou em cartaz no Brasil,
e "Através da Janela", esperado
segundo filme da diretora Tata
Amaral, já demonstra promissora
carreira. Depois de elogios colhidos no festival de Roterdã e no
Film de Femmes francês, a produção paulistana venceu o Festival
de Cinema do Recife, emergente
mostra expositora do que de mais
novo se realiza na produção nacional.
"Através da Janela" levou, no
último sábado, o troféu Passista
de melhor longa-metragem da
quarta edição do festival pernambucano.
O filme de Tata Amaral participou da mostra competitiva "enfrentando" na tela as produções
"Hans Staden", de São Paulo, "O
Circo das Qualidades Humanas",
de Minas Gerais, e mais outros sete longas-metragens.
O paulistano "Através da Janela" ganhou o melhor roteiro. E fez
ainda a atriz Laura Cardoso assegurar o troféu de melhor atriz. O
melhor diretor do festival recifense foi João Batista de Andrade,
por "O Tronco". E Antônio Fagundes, por seu papel em "No Coração dos Deuses", foi considerado o melhor ator.
Na categoria curta-metragem,
vocação primeira do antigo Festival Nacional do Recife, "De Janela
pro Cinema" (RJ) foi premiado
como o melhor curta de animação. "Passadouro" (PB) foi o melhor documentário. E "E no Meio
Passa um Trem", ganhou em ficção.
Embora tenha conquistado a
maioria dos prêmios em disputa,
na sexta-feira "Através da Janela"
não teve uma recepção tão calorosa do lado da participativa platéia
pernambucana, que chegava a
ocupar durante as exibições todos
os 2.500 lugares do cine-teatro
Guararapes, sede do festival.
Irregular, o conto sobre a relação incesto-conflitante entre mãe
e filho arrancou do público tanto
aplausos como manifestações de
desagrado, em sua primeira exibição em solo nacional. "Através da
Janela" entra em circuito comercial em maio.
O festival de Recife, com o final
de sua quarta edição, dá mostras
de ter entrado de vez para a galeria dos grandes festivais de cinema realizados no Brasil.
"Isso está evidenciado no fato
de que neste ano os grandes filmes começaram a ir atrás do nosso festival, não foi o festival que
procurou a maioria", comemora
Alfredo Bertini, organizador da
mostra pernambucana.
"O sucesso do festival pode ser
aferido ainda por meio de uma
ocorrência curiosa. Mesmo com
um teatro gigantesco de 2.500 lugares, os ingressos se esgotavam
rapidamente e até cambistas foram vistos vendendo bilhetes",
diz Bertini.
(LÚCIO RIBEIRO)
O jornalista Lúcio Ribeiro viajou a convite
da organização do festival
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