São Paulo, segunda-feira, 03 de abril de 2000


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CINEMA
"Através da Janela", segundo filme da diretora, venceu ainda os prêmios de melhor roteiro e atriz
Tata Amaral vence festival de Recife

do enviado a Recife

Mal entrou em cartaz no Brasil, e "Através da Janela", esperado segundo filme da diretora Tata Amaral, já demonstra promissora carreira. Depois de elogios colhidos no festival de Roterdã e no Film de Femmes francês, a produção paulistana venceu o Festival de Cinema do Recife, emergente mostra expositora do que de mais novo se realiza na produção nacional.
"Através da Janela" levou, no último sábado, o troféu Passista de melhor longa-metragem da quarta edição do festival pernambucano.
O filme de Tata Amaral participou da mostra competitiva "enfrentando" na tela as produções "Hans Staden", de São Paulo, "O Circo das Qualidades Humanas", de Minas Gerais, e mais outros sete longas-metragens.
O paulistano "Através da Janela" ganhou o melhor roteiro. E fez ainda a atriz Laura Cardoso assegurar o troféu de melhor atriz. O melhor diretor do festival recifense foi João Batista de Andrade, por "O Tronco". E Antônio Fagundes, por seu papel em "No Coração dos Deuses", foi considerado o melhor ator.
Na categoria curta-metragem, vocação primeira do antigo Festival Nacional do Recife, "De Janela pro Cinema" (RJ) foi premiado como o melhor curta de animação. "Passadouro" (PB) foi o melhor documentário. E "E no Meio Passa um Trem", ganhou em ficção.
Embora tenha conquistado a maioria dos prêmios em disputa, na sexta-feira "Através da Janela" não teve uma recepção tão calorosa do lado da participativa platéia pernambucana, que chegava a ocupar durante as exibições todos os 2.500 lugares do cine-teatro Guararapes, sede do festival.
Irregular, o conto sobre a relação incesto-conflitante entre mãe e filho arrancou do público tanto aplausos como manifestações de desagrado, em sua primeira exibição em solo nacional. "Através da Janela" entra em circuito comercial em maio.
O festival de Recife, com o final de sua quarta edição, dá mostras de ter entrado de vez para a galeria dos grandes festivais de cinema realizados no Brasil.
"Isso está evidenciado no fato de que neste ano os grandes filmes começaram a ir atrás do nosso festival, não foi o festival que procurou a maioria", comemora Alfredo Bertini, organizador da mostra pernambucana.
"O sucesso do festival pode ser aferido ainda por meio de uma ocorrência curiosa. Mesmo com um teatro gigantesco de 2.500 lugares, os ingressos se esgotavam rapidamente e até cambistas foram vistos vendendo bilhetes", diz Bertini. (LÚCIO RIBEIRO)



O jornalista Lúcio Ribeiro viajou a convite da organização do festival


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