São Paulo, quinta-feira, 03 de abril de 2008

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Crítica

Filial de casa nova-iorquina, Robin des Bois tem base francesa e ingredientes brasileiros

JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA

É difícil pronunciar o nome do lugar, Robin des Bois. Versão francesa para Robin Hood, os funcionários a pronunciam meio a meio, puxando a primeira palavra para o inglês ("róbin") e as demais para o francês ("de buá"). Mas a hesitação na pronúncia serve para simbolizar a dualidade, não plenamente resolvida, do próprio restaurante. Um bistrô de cozinha francesa nascido em NY e com filial no Brasil.
Foi fundado em 2001, nos EUA, pelo antiquário americano Bernard Decanali, 48, que manteve no lugar, e à venda, antigas peças de decoração. O mesmo ar antigo, cheio de objetos de memorabilia, foi legado à casa brasileira, aberta com um hoteleiro formado na Suíça e ex-gerente da matriz, o paulistano Otávio França, 28.
O resultado é um ambiente diferente, mais contemporâneo do que o bistrô clássico, agradável, embora um pouco barulhento, que tem atraído uma clientela animada da região. Para isso, devem contribuir também os preços da casa, que são bem convidativos.
A base da cozinha é a francesa, de pratos tradicionais de bistrô (steak tartare com salada e fritas, medalhão com molho de pimenta e gratin de batata), acrescida de alguns elementos norte-americanos (como os hambúrgueres) e brasileiros.
No caso do Brasil, a presença é menos em pratos típicos e mais em ingredientes introduzidos em algumas receitas, especialmente nos peixes (como o atum com crosta de gergelim, purê de banana-da-terra e salada de agrião e o salmão com farofa de castanha-do-pará, vegetais na manteiga de sálvia e molho de manga).
Tem ar belga um dos melhores pratos da casa, que vale também ser pedido como entrada para dois: a panelinha de mexilhão com batatas fritas, na versão tradicional (com molho de vinho branco e creme de leite, com uma gostosa acidez arredondada pelo creme -há também uma opção com leite de coco e curry).
Mas nem tudo que vem da cozinha, pilotada pelo baiano Lucimário dos Santos, 26, está no ponto: caso das costeletas de cordeiro, ao ponto, acompanhadas por pesados e secos nhoques de semolina; e do confit de pato sem tempero, acompanhado por um fraco risoto de tomate. Na sobremesa, panna cotta com calda de frutas.


josimar@basilico.com.br

ROBIN DES BOIS
Avaliação: regular
Endereço: r. Capote Valente, 86, Pinheiros, tel. 0/xx/11/3063-2795
Funcionamento: ter. a qui., das 12h à 0h; sex. e sáb., das 12h à 1h; dom., das 12h às 18h
Ambiente: rústico, com velha memorabilia, acolhedor, embora barulhento
Serviço: jovial, simpático
Vinhos: oferta mínima
Cartões: V, M, D
Estacionamento com manobrista: R$ 10
Preços: couvert, R$ 3,50; entradas, R$ 12 a R$ 18; pratos principais, R$ 16 a R$ 36; sobremesas, R$ 10


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