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Crítica
Selton Mello é trunfo de "A Mulher Invisível"
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
É uma situação difícil a dos
atuais dirigentes do cinema
brasileiro. Eles precisam, absolutamente, desses filmes em
que o espectador sai de casa para encontrar, no cinema, o mesmo mundo que a TV oferece.
Uma categoria de filmes de que
"A Mulher Invisível" (TC Premium, 22h; 14 anos) não é o
melhor nem o pior exemplo.
Esses são os filmes nacionais
que fazem sucesso regularmente. E por isso são necessários. Eles é que salvam as estatísticas e justificam os financiamentos etc. e tal.
Vamos e venhamos: "A Mulher Invisível" é, como argumento, vergonhosamente colado em "O Amor É Cego", dos irmãos Farrelly. Só que, aqui,
Selton Mello encontra uma
mulher perfeita, isto é, que só
existe em sua imaginação. Coisa que a mulher, Luana Piovani, passa o tempo todo tentando lhe explicar.
Não é justo dizer que um filme comercial, como este, seja
uma empreitada, digamos, meramente "comercialista", ou
seja, que seu objetivo seja apenas ganhar dinheiro. O desafio
principal é outro: chegar ao público, levá-lo a ver um filme
brasileiro. O problema é que
rodamos em círculos: vamos ao
cinema sem sair do universo da
televisão (à parte algumas sugestões eróticas que seriam inviáveis na TV).
Dito isso, se existe algo que
torna "A Mulher Invisível" visível, é a presença e o humor de
Selton Mello.
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