São Paulo, domingo, 03 de abril de 2011 |
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CRÍTICA "Reagan" joga luz sobre ex-presidente e respeita inteligência da plateia CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA DE SÃO PAULO Ao contrário do célebre Michael Moore, que demoniza inimigos ideológicos em seus filmes cansativos e monocromáticos, Eugene Jarecki consegue tratar de Ronald Reagan em "Reagan". Por não ter afinidade com suas ideias, contempla as ambiguidades do personagem, respeita a inteligência da plateia e joga luz sobre o fenômeno que foi um ator de segunda ter sido duas vezes eleito presidente dos EUA. E, no seu centenário de nascimento, transformado-se em quase unanimidade nacional, elogiado pelo establishment político. "Reagan" mostra que fatos dos oito anos de governo não embasam nem a idolatria da extrema-direita nem o ódio mortal da esquerda. Ao contrário da lenda, Reagan não diminuiu o Estado (aumentou-o), não equilibrou o orçamento público (criou enorme deficit), não perseguiu imigrantes ilegais (anistiou-os). E nem engajou os EUA em guerras de grande escala, confrontou-se belicosamente com a União Soviética ou incentivou desníveis de renda em sua nação. O filme conduz o espectador por essas contradições de modo inteligente e simbólico ao contrapor depoimentos dos dois filhos de Reagan, Michael, que santifica o pai, e Ron, que é crítico dele. Jarecki não foge dos clichês e dos lugares-comuns, mas vai além. A reação negativa tanto de adoradores do presidente quanto de seus adversários mostra que ele acertou o alvo. REAGAN DIREÇÃO Eugene Jarecki QUANDO hoje, às 17h, e terça (5/ 4), às 19h, no cine Livraria Cultura, em São Paulo; quarta (6/4), às 19h, no Unibanco Arteplex, no Rio CLASSIFICAÇÃO 14 anos AVALIAÇÃO bom Texto Anterior: Crítica: Filme revê esquerda pelos olhos de crianças Próximo Texto: Crítica: Choro e samba têm histórias contadas em produções feitas para especialistas Índice | Comunicar Erros |
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