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ARTES PLÁSTICAS
Bienal de Havana reúne 177 artistas, 22 deles brasileiros, para discutir ``Indivíduo e Sua Memória''
Cuba recebe o melhor da arte do 3º Mundo
CASSIANO ELEK MACHADO
da Redação
A Bienal de Havana começa hoje,
na Praça da Catedral, no centro
histórico cubano, com muito calor, política e obras de 177 artistas
de 44 países.
Com o tema ``O Indivíduo e sua
Memória'' como alicerce, a sexta
edição da mostra reúne na capital
cubana, que vem mantendo temperaturas médias de 34ºC, 22 artistas brasileiros.
Segunda a coordenadora da representação brasileira na Bienal,
Guida Aflalo, quase todos os artistas brasileiros apresentarão instalações na Bienal. Entre eles, Claudio Goulart, que trabalha com colagem em tecido, e Rochelle Costi,
que usa toalhas antigas em sua
obra.
Política
Como é bastante comum no
país, o texto de apresentação da
mostra transpira política.
Os organizadores da exposição,
que acreditam que a arte é a ``expressão da condição humana'', selecionaram artistas que procuram
colocar o homem no centro dos
problemas do mundo.
A 6¦ Bienal de Havana aposta naqueles que ``caminham contra a
tendência de triunfo do indivíduo
sobre a sociedade, que empurraria
o homem a refugiar-se em si mesmo, em sua vida íntima e familiar
como lugar por excelência em que
se podem controlar as forças de
seu destino''.
A memória surge então como espaço privado em que não fica evidente nenhum outro tipo de dominação, a não ser os que emanam
do próprio indivíduo.
Segundo Lliliam Yanes, diretora
do Centro Cultural Wifredo Lam,
que funciona como sede da exposição, só foram convidados artistas contemporâneos de Terceiro
Mundo, ``que não têm acesso aos
principais centros expositivos''.
Além de ocuparem o centro cultural, que leva o nome de um dos
principais artistas cubanos -Lam
teve uma sala especial na 23¦ Bienal de São Paulo-, os artistas estão instalados em 20 espaços do
centro histórico cubano, divididos
em três núcleos expositivos.
Um deles, denominado ``Recintos Interiores'', terá obras que, segundo Yanes, ``hiperbolizam conflitos existenciais que vão desde a
angústia e os prazeres, até a memória e a temporalidade''.
O segmento ``Memória Coletiva'', que trabalha questões históricas, políticas, sociais, culturais e
religiosas, estará distribuído em
uma série de instalações.
O terceiro núcleo, ``Rostos da
Memória'', quer mostrar um olhar
introspectivo, dessacralizador, de
passados pessoais ou familiares.
Como um dos propósitos da exposição é inserir a população de
Havana na Bienal, muitas famílias
estão hospedando artistas, visitantes e organizadores da mostra, que
se estende até o dia 6 de julho.
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