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Uakti traz "laboratório de sons" a São Paulo
JANAINA FIDALGO
DA REDAÇÃO
Da simplicidade de garrafões
d'água e embalagens de vidro à
complexidade de engenhocas
construídas com tubos de PVC,
cabaças, metal, vidro... e água.
Não há limites para a criatividade
instrumental e sonora do Uakti.
A São Paulo, o grupo mineiro
traz sua rica parafernália musical,
instalada de hoje a quinta no Sesc
Pinheiros, e uma variedade de
sons, harmonias e melodias extraídas de instrumentos inimagináveis -ou quase, não fosse a inventividade de Marco Antônio
Guimarães, criador do "laboratório de sons" do Uakti e diretor artístico do novo álbum, "Oiapok
Xui", cuja turnê segue depois para
o Rio, Porto Alegre, Curitiba, Belo
Horizonte, Brasília e Florianópolis, apoiada pelo Natura Musical.
O Uakti mostrará nos shows releituras de ritmos brasileiros que
compõem o CD, como as quatro
variações de "Águas de Março",
de Tom Jobim, capazes de criar na
mente uma representação visual
de paus, cacos de vidros e água
por meio dos sons extraídos de
marimbas de vidro, pans inclinados, caxixis etc. A amizade com
Milton Nascimento, companheiro de vários trabalhos, é lembrada
em uma versão de "Cravo e Canela", cantada por Samuel Rosa, do
Skank -no show, será mostrada
apenas a parte instrumental.
"É uma música genial, é a mais
linda, perfeita, tanto a melodia
quanto a harmonia e a letra", diz o
músico Paulo Santos, 51.
Outra canção bem brasileira
que ganha releitura do grupo é
"Aquarela do Brasil", de Ary Barroso, com um arranjo percussivo,
acrescido da flauta. Nas outras
canções, o grupo redesenha folguedos nordestinos, como em
"Cavalo-Marinho/Bumba-meu-Boi", e passeia por Minas em "Calango em Pedra Quente".
"Não é um disco de ritmos brasileiros. É uma visão nossa, uma
leitura dos ritmos nacionais levados para o nosso instrumental."
Uakti
Quando: de hoje a quinta, às 21h
Onde: Sesc Pinheiros (r. Paes Leme, 195,
São Paulo, tel. 0/xx/11/3095-9400)
Quanto: de R$ 10 a R$ 20
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