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Wilson usa jazz para quebrar regras
Cantora norte-americana de jazz está em São Paulo para se apresentar em um show para convidados
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
Um disco com músicas focadas em arranjos de guitarra. Assim deve soar o próximo álbum
da norte-americana Cassandra
Wilson, previsto para sair até a
metade deste ano.
Talvez a mais versátil intérprete jazzista de sua geração,
Wilson, 54 anos, está em São
Paulo para fazer um único
show (apenas para convidados), hoje à noite, em uma festa
de comemoração dos dez anos
do jornal "Valor Econômico".
A apresentação paulistana é
uma pitada de como será o disco da cantora. "Eu reuni um
bom grupo de músicos que já
haviam tocado comigo, principalmente na época de "New
Moon Daughter" [disco de
1995]", contou ela à Folha.
São dois guitarristas, baixista, baterista e gaitista. "Ainda
não sei direito que canções vou
apresentar, mas serão faixas
baseadas em guitarra."
Sobre o álbum futuro, ela
não adianta muito: "Ainda não
está totalmente pronto, estou
finalizando algumas canções,
então prefiro não falar sobre
como ele será. Mas está com
um clima de disco ao vivo".
Nascida em Jackson, no Estado do Mississippi, ela desliza
sua voz do jazz tradicional ao
blues, passando pelo pop. No
ano passado, lançou a compilação "Closer to You", em que
reinterpreta músicas como
"Love Is Blindness" (U2), "Lay
Lady Lay" (Bob Dylan) e "Time
After Time" (Cyndi Lauper).
É algo que gostaria de repetir
no futuro? "Sim, adoro pinçar
canções pop e dar a elas um tratamento um pouco diferente."
Quebrar regras
Sempre classificada como
"cantora de jazz", Cassandra
Wilson defende que a paisagem
desenhada por sua música é
mais ampla: "Gosto de dizer
que o jazz é minha disciplina. O
jazz é um meio de enxergar a
música. Essa disciplina pode
ser uma ferramenta para criar
uma variedade de performance
e uma variedade de gêneros."
Nessa linha de raciocínio encaixam-se álbuns como "Thunderbird" (2006) e "Blue Light
'til Dawn" (1993).
"Os grandes mestres do jazz
sempre quebraram regras.
Sempre tiveram novas visões
sobre música. É importante estudar a história da música, entender a linguagem, o repertório do jazz tradicional. Mas é
importante também estender
esses limites, tentar levar ao futuro. O jazz não é estático, é dinâmico, está se desenvolvendo,
cheio de vida."
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