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TEATRO
Objetivo é reaproximar a classe teatral e o órgão
Entidade cria Congresso Brasileiro de Dramaturgia para debater texto
VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
No momento em que a dramaturgia ganha mais visibilidade na
cena teatral do país, a octagenária
Sociedade Brasileira de Autores
Teatrais (Sbat) tenta demarcar
seu espaço.
Fundada em 1917, com sede nacional no Rio e sucursal em São
Paulo, a entidade prepara o seu
Congresso Brasileiro de Dramaturgia, de 1º a 3 de julho, no paulistano teatro Sérgio Cardoso.
O objetivo é discutir a escrita
teatral contemporânea, entrecruzando autores e pesquisadores,
estes sobretudo do universo acadêmico.
No subtexto, o congresso é também uma tentativa de reaproximar a entidade da chamada classe
teatral de São Paulo.
Com cerca de 1.450 associados
(450 deles efetivos), a Sbat tem entre suas responsabilidades a arrecadação dos direitos dos autores
nacionais e estrangeiros. Dos cálculos, 10% da bilheteria é destinado ao dramaturgo, sendo 14%
dessa fatia repassado à entidade.
O diretor de marketing da Sbat,
Hersch Basbaum, 62, ele também
dramaturgo, assina a curadoria
do projeto.
Entre os participantes, estão os
pesquisadores Gerd Borheim,
que vai tratar das variantes da tragédia e da comédia; e Maria Lucia
Pinheiro Sampaio, que fala sobre
a obra de Nelson Rodrigues.
O cenógrafo Gianni Ratto, da
geração de italianos que contribuiu para o surgimento da modernidade nos palcos brasileiros a
partir dos anos 40, relacionará o
exercício da ética com a estética.
Teatro dialético é a pauta do diretor Sérgio de Carvalho, da
Companhia do Latão. Os dramaturgos Lauro César Muniz (falará
sobre teatro político e engajado) e
Bosco Brasil (a modernidade no
texto) também confirmaram presença, segundo Basbaum.
De Porto Alegre, vem a professora Kathrin Rosenfield, que procura dar uma dimensão filosófica
à tragédia grega.
"Daqui do Sul, noto que a dramaturgia em geral sofre influência das mídias, sobretudo da telenovela. Há um certo achatamento
daquilo que é próprio do teatro,
no sentido do gosto médio da televisão", afirma Rosenfield, 48,
autora de "Antígona - De Sófocles
a Hölderlin" (L&PM, 2000).
O congresso, que deve fechar
sua programação nos próximos
dias, tem apoio da Secretaria Municipal de Cultura, da Secretaria
de Estado da Cultura e do Ministério da Cultura.
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