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Cadê o Zico, cara-pálida? Cadê o Zico?
LEONARDO CRUZ
EDITOR-ASSISTENTE DA ILUSTRADA
OK, Richard Williams, você entende de futebol. Sua
seleção de dez camisas 10
tem ao menos cinco nomes
que assombraram rivais e
deleitaram platéias. Puskas,
Pelé, Platini, Maradona e Zidane construíram em torno
da 10 o mito que só a 10 possui. Mas fica a pergunta: Cadê o Zico, cara-pálida?
O 10 do Flamengo e da seleção brasileira é o primeiro
da sua lista de talentos que
foram tesourados "no mais
cruel e exigente dos cortes".
E quem sobreviveu a tal
prova de crueldade e exigência: o Baggio! Roberto Baggio, vistoso meio-campista
da Juventus e da seleção italiana, que tinha Zico como
ídolo e cujo momento mais
memorável da carreira foi...
um pênalti perdido!
Você diz que o chute para
fora de Baggio na Copa de 94,
aquele que garantiu o tetra
brazuca, foi um momento de
injusta vingança da história
do esporte. O caráter trágico
de Baggio seria elemento-chave para sua escolha.
Ora, Zico é a tragédia personificada em jogador de futebol. Era o símbolo da seleção de 82, a fracassada, e foi
dele o pênalti perdido no jogo decisivo com a França em
86. Sem falar nas contusões.
Em suma, exímio meia e
atacante, preciso lançador e
cobrador de faltas, força criativa de suas equipes, Zico põe
Baggio no bolso.
Então, meu caro Richard,
na segunda edição de seu livro, essa é a segunda injustiça que precisa ser corrigida.
Qual a primeira? Com o Ronaldinho na fase em que está,
o capítulo do Francescoli terá que cair fora. Ainda bem.
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