São Paulo, sábado, 03 de junho de 2006

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Cadê o Zico, cara-pálida? Cadê o Zico?

LEONARDO CRUZ
EDITOR-ASSISTENTE DA ILUSTRADA

OK, Richard Williams, você entende de futebol. Sua seleção de dez camisas 10 tem ao menos cinco nomes que assombraram rivais e deleitaram platéias. Puskas, Pelé, Platini, Maradona e Zidane construíram em torno da 10 o mito que só a 10 possui. Mas fica a pergunta: Cadê o Zico, cara-pálida?
O 10 do Flamengo e da seleção brasileira é o primeiro da sua lista de talentos que foram tesourados "no mais cruel e exigente dos cortes".
E quem sobreviveu a tal prova de crueldade e exigência: o Baggio! Roberto Baggio, vistoso meio-campista da Juventus e da seleção italiana, que tinha Zico como ídolo e cujo momento mais memorável da carreira foi... um pênalti perdido!
Você diz que o chute para fora de Baggio na Copa de 94, aquele que garantiu o tetra brazuca, foi um momento de injusta vingança da história do esporte. O caráter trágico de Baggio seria elemento-chave para sua escolha.
Ora, Zico é a tragédia personificada em jogador de futebol. Era o símbolo da seleção de 82, a fracassada, e foi dele o pênalti perdido no jogo decisivo com a França em 86. Sem falar nas contusões.
Em suma, exímio meia e atacante, preciso lançador e cobrador de faltas, força criativa de suas equipes, Zico põe Baggio no bolso.
Então, meu caro Richard, na segunda edição de seu livro, essa é a segunda injustiça que precisa ser corrigida. Qual a primeira? Com o Ronaldinho na fase em que está, o capítulo do Francescoli terá que cair fora. Ainda bem.


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