São Paulo, terça-feira, 03 de junho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Crítica

"Madame Curie" deixa-se ver com enfado

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Filme de poeta, filme de pintor e filme de cientista são coisas que nunca deram certo. O filme de poeta (ou escritor) em geral é atormentado pelas palavras. O filme de pintor é torturado pelas imagens e, sobretudo, pela necessidade que os cineastas com freqüência desenvolvem de criar uma luz compatível não com o mundo em que habitava o pintor, mas com as cores e luzes de sua obra.
Os cientistas são até mais prosaicos, de certa forma. Marie (Greer Garson) e seu marido Pierre (Walter Pidgeon) têm de lutar contra a incompreensão de seu trabalho e a falta de recursos decorrente. Ninguém estranhe a incompreensão, já que Mme. Curie é responsável pela descoberta do rádio. Se dissesse que era a "galharufa" não mudava muito as coisas.
"Madame Curie" (TCM, 14h) de Mervyn LeRoy (1943) não vê no conhecimento um valor, mas um mito. É da convenção do gênero. Foi indicado a sete Oscars e hoje deixa- se ver com certo enfado. Também isso está na convenção do gênero.


Texto Anterior: Série: Warner exibe final de "Gossip Girl"
Próximo Texto: Resumo das novelas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.