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ANÁLISE
Nova lei busca tirar da ilegalidade coisas banais, como xerox em faculdades
DE SÃO PAULO
O projeto de lei que o Ministério da Cultura promete
tornar público nas próximas
semanas coloca o Brasil num
caldeirão que, no mundo todo, está em fervura: o dos direitos autorais na era digital.
Baseada no conceito de
"copyright" que remonta ao
século 19, a lei brasileira nos
deixa todos na ilegalidade.
Ao mesmo tempo em que é
apontado como um dos recordistas mundiais em pirataria, o Brasil tem uma das
mais restritivas leis em voga.
Ao pé da letra jurídica, nós
não podemos, nem sequer,
copiar um CD para o iPod.
Tanto é assim que o secretário-executivo do MinC, Alfredo Manevy, diz que uma
das principais metas da nova
lei é, simplesmente, colocar
coisas banais na legalidade.
Inclui-se aí a criação de
um sistema que oficialize as
xerox nas faculdades -com
o pagamento de direitos para
as editoras -e a autorização
para a exibição pública de filmes em escolas de cinema.
Como sempre acontece
quando uma mudança legal
está em curso, esta também
tem motivado cabos de guerra. Há quem diga que os autores deixarão de receber pelo que criam. Não é verdade.
Mas eles poderão definir em
que casos permitirão que
suas obras sejam baixadas
gratuitamente na internet ou
liberadas para certos usos.
Hoje, o direito autoral não
prevê zonas cinzentas. É tudo branco ou preto.
A música, dada sua força
mercadológica e cultural, vai
puxar o debate. Com ela, vem
o Ecad. A briga pela transparência da entidade é longa.
Se vencida, nos ajudará a entender quanto e porque cada
site ou quarto de hotel paga
por uma música.
Mas o que está em discussão é, também, que tipo de
sociedade o Brasil deseja
construir na era do conhecimento em rede.
(ANA PAULA SOUSA)
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